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15/01/2025
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    O rico e Lázaro – Paralelos entre as classes dominantes e as menos favorecidas

     “Havia um certo homem rico”, disse Jesus, que se vestia elegantemente e vivia todos os dias no prazer e no luxo. Um mendigo, chamado Lázaro, cheio de doenças, costumava estar deitado à sua porta; e bem desejava comer ao menos as sobras da mesa desse rico, mas só tinha cachorros que vinham lamber-­lhe as feridas. Por fim, o mendigo faleceu, e foi levado pelos anjos para junto de Abraão. Também o rico morreu e foi sepultado. Ali, em tormentos, viu Lázaro lá longe com Abraão. Pai Abraão’, gritou, ‘tem piedade de mim! Manda Lázaro vir ter comigo nem que seja para molhar a ponta do dedo em água e refrescar-­me a língua, pois estou atormentado nestas chamas!’ Filho,’ respondeu-­lhe Abraão, ‘lembra-­te de que durante a tua vida tiveste tudo quanto querias, enquanto que Lázaro nada teve. Ele está aqui a ser consolado e tu estás em tormentos. Além disso, há um grande abismo que nos separa e que ninguém pode transpor.’ Ó pai Abraão, manda-o a casa de meu pai,’ retorquiu o rico, ‘pois tenho cinco irmãos e é preciso avisá­-los para que não venham para este lugar de sofrimentos quando morrerem’. Mas Abraão declarou­: ‘Têm as Escrituras de Moisés e dos profetas. Ouçam os seus avisos. Não, pai Abraão. Se alguém de entre os mortos for ter com eles, arrepender­-se-­ão.’ ‘Se eles não ouvem Moisés e os profetas, não ouvirão nem mesmo alguém que se tenha levantado de entre os mortos.’” – Lucas 16.19-31

    Jesus dá aos Seus discípulos excelentes conselhos sobre o bom uso das riquezas materiais. Mas os discípulos não são os únicos que estão ouvindo. Os fariseus também estão presentes e deviam levar a sério o conselho de Jesus. Ao ouvir o que Jesus está dizendo, eles ‘começam a zombar dele’. Jesus não se intimida com isso. Ele lhes diz: “Vocês são os que se declaram justos diante dos homens, mas Deus conhece o coração de vocês. Pois aquilo que tem muito valor para os homens é repugnante à vista de Deus.”

    Por um longo tempo, os fariseus têm tido “muito valor para os homens”, mas chegou o momento para uma mudança total na situação. As pessoas de muito destaque, que são ricas por ter bens materiais, poder político e influência religiosa, serão derrubadas. E as pessoas comuns, que reconhecem sua necessidade espiritual, serão enaltecidas. Jesus deixa claro que está acontecendo uma grande mudança. Ele diz: “A Lei e os Profetas foram declarados até João. Desde então, o Reino de Deus está sendo declarado como boas novas, e todo tipo de pessoas avança vigorosamente em direção a Ele. Realmente, é mais fácil passarem céu e terra do que ficar sem se cumprir um só traço de uma letra da Lei.” Os líderes religiosos judeus dizem com muito orgulho que seguem a Lei de Moisés. Lembre-se de que, quando Jesus curou um cego em Jerusalém, os fariseus orgulhosos disseram: “Nós somos discípulos de Moisés. Sabemos que Deus falou a Moisés.” Um dos objetivos da Lei dada por Moisés era levar os humildes até o Messias, isto é, a Jesus. João Batista identificou Jesus como o Cordeiro de Deus. Começando com o ministério de João, judeus humildes, especialmente os pobres, têm ouvido sobre “o Reino de Deus”. Sem dúvida, há “boas novas” para todos os que querem ser súditos do Reino de Deus e ser beneficiados por Ele.

    A Lei mosaica não deixou de se cumprir. Em vez disso, ela levou até o Messias. E logo as pessoas não precisarão mais segui-la. Por exemplo, a Lei permitia o divórcio por vários motivos, mas agora Jesus explica que “todo aquele que se divorcia da sua esposa e se casa com outra comete adultério, e quem se casa com uma mulher divorciada do marido comete adultério”. Jesus conta uma ilustração que destaca a importância da mudança que está acontecendo. Ele fala sobre dois homens e uma drástica mudança na situação deles. Jesus diz: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho, e levava uma vida de prazeres e luxo. Mas um mendigo, chamado Lázaro, costumava ser colocado junto ao portão dele, e estava coberto de feridas; ele desejava matar a fome com as coisas que caíam da mesa do rico. Até os cães vinham lamber as suas feridas.”

    Os líderes religiosos judeus também gostam de se vestir com roupas caras e elegantes. E, além da riqueza que possuem, parecem ricos em ainda outro sentido: eles têm muitos privilégios e melhores oportunidades. Assim, a ilustração do homem que se vestiu de púrpura reflete bem a posição favorecida dos fariseus, e o linho branco reflete o orgulho deles.

    A situação do “mendigo, chamado Lázaro”, que tem tanta fome que deseja qualquer ‘coisa que caia da mesa do rico’. Assim como Lázaro, que está coberto de feridas, as pessoas comuns são desprezadas como se estivessem espiritualmente doentes. Essa triste situação existe há algum tempo, mas Jesus sabe que chegou o momento para uma grande mudança na situação dos que são como o homem rico e dos que são como Lázaro.

    Os que estão ouvindo Jesus sabem que Abraão morreu há muito tempo e está na Sepultura. As Escrituras deixam claro que ninguém na Sepultura, ou Seol, pode ver ou falar, incluindo Abraão. Jesus indica que houve uma mudança ao dizer que ‘a Lei e os Profetas foram declarados até João Batista, mas, desde então, o Reino de Deus está sendo declarado como boas novas’. Assim, com a pregação de João e de Jesus, Lázaro e o homem rico morrem em relação à sua antiga situação e ganham novas posições perante Deus.

    Os humildes ou pobres são carentes em sentido espiritual. Mas estão sendo ajudados e estão reagindo à mensagem do Reino levada primeiro por João Batista e depois por Jesus. Antes, eles tinham que se contentar com as ‘coisas que caíam da mesa espiritual’ dos líderes religiosos. Agora estão sendo alimentados com importantes verdades, especialmente com as coisas maravilhosas que Jesus está explicando. Em contraste, os líderes religiosos, que são ricos e influentes, se recusam a aceitar a mensagem do Reino que João proclamou e que Jesus está pregando em toda a região. Eles ficam furiosos, ou irritados, por causa da mensagem que fala sobre o futuro julgamento ardente de Deus. Seria um alívio para os líderes religiosos que amam o dinheiro se Jesus e Seus discípulos deixassem de declarar a mensagem de Deus. Esses líderes são como o homem rico na ilustração, que diz: “Pai Abraão, tenha misericórdia de mim e envie Lázaro para mergulhar a ponta do dedo na água e refrescar a minha língua, porque estou sofrendo neste fogo intenso.”

    A maioria dos líderes religiosos não vai mudar porque se recusam a ‘escutar Moisés e os Profetas’, mas deviam ser motivados pelos escritos deles a aceitar Jesus como o Messias de Deus e Rei. Não se humilham nem se deixam influenciar pelos pobres que aceitaram Jesus e que agora têm o favor divino. Por outro lado, os discípulos de Jesus não podem corromper ou suavizar a verdade apenas para satisfazer os líderes religiosos ou lhes dar alívio. Diz Abraão: “Filho, lembre-se de que você teve a sua medida de coisas boas durante a vida, mas Lázaro, por sua vez, recebeu coisas ruins. Agora, porém, ele está tendo consolo aqui, mas você está sofrendo. E, além de tudo isso, estabeleceu-se um grande abismo entre nós e vocês, de modo que os que querem passar daqui para o lado de vocês não podem nem podem pessoas passar daí para o nosso lado.”  Isso significa uma mudança de posição entre os orgulhosos líderes religiosos e os humildes que aceitam o apelo de Jesus e finalmente são revigorados e alimentados espiritualmente.

     

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