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Aramaico e Hebraico – Idiomas usados durante o Ministério de Jesus na Terra

O aramaico era antiga língua semítica, aparentada de perto ao hebraico e originalmente falada pelos arameus. Com o passar do tempo, porém, veio a abranger diversos dialetos, alguns deles tidos como línguas distintas, e gozou de amplo uso, em especial nalguma região da Ásia. Usava-se o aramaico especialmente desde o segundo milênio a.C., até por volta de 500 d.C. É uma das três línguas em que a Bíblia Cristã foi originalmente escrita. A palavra hebraica ʼAra·míth” ocorre cinco vezes e é traduzida por “em sírio”, “na língua aramaica” ou “ao idioma aramaico.

O aramaico bíblico, anteriormente chamado caldaico ou caldeu, é encontrado em Esdras, Jeremias e Daniel  Expressões aramaicas aparecem também em outras partes da Bíblia Cristã, mas muitas das tentativas de peritos de identificar fontes aramaicas para palavras hebraicas são simplesmente conjecturais.

O uso de algumas expressões aramaicas não surpreende, pois os hebreus tinham por muito tempo um contato íntimo com os arameus e com a língua aramaica. Entre as mais primitivas versões das Escrituras Hebraicas em outras línguas acham-se os Targuns aramaicos, embora não fossem assentados por escrito, senão alguns séculos depois de começar a produção da Septuaginta grega, por volta de 280 a.C.

O aramaico e o hebraico são ambos classificados como pertencentes à família de línguas semíticas do noroeste. Embora o aramaico difira consideravelmente do hebraico, é uma língua cognata, que possui as mesmas letras em seu alfabeto, com os mesmos nomes que no hebraico. Assim como o hebraico, é escrito da direita para a esquerda, e, originalmente, a escrita aramaica era consonantal. No entanto, o aramaico empregado na Bíblia Cristã recebeu mais tarde pontos vocálicos por parte dos massoretas, assim como eles colocaram pontos vocálicos no hebraico. O aramaico foi influenciado por seu contato com outras línguas. O aramaico bíblico, além de conter vários nomes próprios hebraicos, acadianos e persas de localidades e de pessoas, demonstra influência hebraica nos termos religiosos, influência acadiana especialmente em termos políticos e financeiros, e influência persa em termos tais como os relacionados com assuntos políticos e jurídicos.

O aramaico, além de ter a mesma forma de escrita que o hebraico, possui similaridade com ele em suas flexões verbais, nominais e pronominais. Os verbos possuem dois estados, o imperfeito (indicando ação incompleta) e o perfeito (significando ação completada). O aramaico emprega substantivos no singular, no dual e no plural, e possui dois gêneros, o masculino e o feminino. Difere das outras línguas semíticas por demonstrar preferência pelo som vocálico a, e de outros modos, inclusive certas preferências consonantais, como d para z, t para sh.

Divisões básicas – O aramaico se divide geralmente em grupos ocidentais e orientais. No entanto, do ponto de vista histórico, tem-se reconhecido os seguintes quatro grupos: aramaico antigo, aramaico oficial, aramaico levantino e aramaico oriental. Tem-se sugerido que, provavelmente, falavam-se vários dialetos aramaicos na região do Crescente Fértil e da Mesopotâmia, e em torno dela, durante o segundo milênio a.C. Uma diferença entre as formas primitivas do aramaico e do hebraico pode ser observada no livro de Gênesis. Depois de Jacó e Labão se terem reconciliado, ergueu-se um montão de pedras como testemunha entre eles. Labão o chamou de “Jegar-Saaduta” em aramaico (sírio), ao passo que Jacó o chamou de “Galeede”, em hebraico, ambas as expressões significando “Montão de Testemunho”. Aramaico antigo é o nome aplicado a certas inscrições descobertas no norte da Síria, e que se diz datarem do décimo ao oitavo séculos a.C.

O hebraico moderno é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida em hebraico clássico. Embora seja uma escrita foneticamente impronunciável e indecifrável, devido à não-existência de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-na sempre chamado de a לשון הקודש Lashon haKodesh (“A Língua Sagrada”), já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de Deus à humanidade. Por volta da primeira destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C., o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no estudo do Mishná (parte do Talmud) como também no comércio. O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, substituindo o árabe, o ladino, o iídiche, e outras línguas da Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel, do qual é a língua oficial primária

Idioma de Jesus – A língua popular – o aramaico era falada por Jesus, variante da língua hebraica de teor popular. O aramaico era a língua familiar que falava o povo em muitas cidades e pequenas povoações da Galileia, região norte (Cafarnaum, Nazaré, Caná, Tiberíades, Corazim e outras). Alí Jesus foi educado, cresceu e passou a maior parte de sua vida. Ainda fora das fronteiras da Galileia, era falada e entendida. A língua hebraica era só usada em ambiente religioso. Falar fora deste ambiente era considerado como falta grave a Deus.

 

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