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23/04/2025
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    Nas proximidades do Mar da Galileia –  As Boas Novas do Reino levadas às Multidões

    Após a Festa em Jerusalém, tendo Jesus e Seus discípulos parado num Campo de Cereais e colhido espigas para comer,  o Mestre foi criticado pelos fariseus por essa atitude e ainda mais por ser um dia de sábado. Depois disso, Jesus ensinou uma grande multidão junto ao mar, ou melhor, nas proximidades do Mar da Galileia. Grande parte da pregação de Jesus aconteceu nesta região, uma pequena faixa de terra naquelas imediações. Nomes como Bersaida, Cafarnaum, Corazim, Gergesa, Magdala, Genesaré e Tiberíades trazem à mente humana inúmeros eventos importantes sobre o ministério terreno do Mestre Maior. Dentre tantos, um evento marcante foi a Pesca Milagrosa, ocasião em que Jesus de Nazaré andou sobre a água, e quando também acalmou uma tempestade no mar.

    Nomes Galileia – Esse mar, que na realidade é um grande lago de água fresca, teve quatro nomes. Nos evangelhos, ele com frequência é chamado de mar da Galileia, por causa da região em que se situava. Ele é chamado também de Lago de Genesaré, o mar de Tiberíades eo mar de Quinerete. Genesaré e Quinerete eram áreas próximas  ao mar, e Tiberíades era uma cidade próxima. O nome atualmente é Lago de Quinerete, mas o mar da Galileia quase sempre aparece como um segundo nome.

    Galileia é uma região situada ao norte de Israel muito conhecida por grandes milagres ocorridos lá pelas mãos de Jesus. Na época, Galileia era uma província, onde Jesus viveu cerca de 30 anos, principalmente nas cidades de Nazaré e Cafarnaum.

    Ministério de Jesus – “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo”. Jesus curava as pessoas aonde quer que fosse, o que revela várias coisas importantes. Seus milagres provaram que Ele foi enviado por Deus. E demonstraram que Ele se preocupava com as necessidades físicas das pessoas, assim como com as espirituais. Ele amava e respeitava todas as pessoas, independente de sexo, raça, idade ou status social, evidenciando assim um grau de amor que o mundo nunca tinha visto e que serve como um modelo para todos os Seus Seguidores no futuro. Ele também operou milagres para provar que tinha autoridade para perdoar o homem errante e para libertar as pessoas de seus problemas de ordem espiritual.

    Os Ensinamentos junto ao Mar

    Por volta de 10 de março todos os grupos de pregação e ensinamentos estavam congregados em Betsaida. Na quinta-feira à noite e na sexta- feira, muitos deles saíram para pescar; já no dia de sábado eles foram à sinagoga para ouvir um judeu idoso de Damasco discursar sobre a glória do pai Abraão. Jesus passou a maior parte desse sábado a sós nas colinas; e à noite, o Mestre falou aos grupos reunidos, por mais de uma hora, sobre “A missão da adversidade e o valor espiritual do desapontamento”. Essa foi uma ocasião memorável, e os seus ouvintes nunca esqueceram a lição que Ele lhes ministrou. Jesus ainda não se havia recuperado totalmente da mágoa da recente rejeição que tivera em Nazaré; os apóstolos sabiam que uma tristeza evidente misturava-se ao Seu comportamento geralmente alegre. Tiago e João acompanhavam-nO a maior parte do tempo; Pedro estava mais do que ocupado com as muitas responsabilidades que tinham a ver com a direção e o bem estar do novo corpo de evangelistas. As mulheres passaram esse tempo de espera, antes de partirem para a Páscoa em Jerusalém, indo de casa em casa, ensinando o evangelho, visitando e ministrando aos doentes em Cafarnaum e nas cidades e aldeias vizinhas.

    Parábola do Semeador – Naquela época, e pela primeira vez, Jesus começara a utilizar o método da parábola, para ensinar às multidões que tão se ajuntavam em volta dEle. Jesus havia conversado com os apóstolos, e com outros, até tarde da noite, nesse domingo pela manhã pouquíssimos do grupo estavam de pé para o desjejum; assim, Ele foi para a beira-mar e assentou-se a sós no barco, o velho barco de pesca de André e Pedro, que permanecia sempre à disposição dEle; então, Jesus pôde meditar sobre o próximo passo a ser dado na obra de expandir o Reino. Todavia, o Mestre não ficou só por muito tempo. Logo, o povo de Cafarnaum e das aldeias próximas começou a chegar e, às dez horas, naquela manhã, quase mil pessoas se viram reunidas, na praia, perto do barco de Jesus, e clamavam pela atenção dEle. Pedro, que agora já estava de pé, chegando ao barco, disse a Jesus: “Mestre, devo falar a eles?” E Jesus respondeu: “Não, Pedro, eu vou contar-lhes uma história”. Jesus começou a contar a parábola do semeador, uma das primeiras de uma longa série de parábolas com as quais Ele ensinou às multidões que O seguiam. Esse barco tinha um assento elevado, no qual Ele assentou-se (pois era costume ficar assentado, enquanto se ensinava) para falar às pessoas reunidas ao longo da praia. Pedro falou umas poucas palavras e em seguida Jesus disse: “Um semeador saiu para semear, e aconteceu que, ao semear, algumas sementes caíram à beira do caminho, onde seriam pisadas ou devoradas pelos pássaros do céu. Outras sementes caíram em locais rochosos, onde havia pouca terra, e brotaram imediatamente, dada a pouca profundidade no solo; todavia o sol veio logo e elas murcharam, pois não possuíam raízes com as quais absorver a umidade. Outras sementes caíram entre os espinhos e, quando os espinhos cresceram, ficaram estranguladas, de modo a nada produzirem. Outras sementes, ainda, caíram em solo bom e, crescendo, produziram trinta grãos, algumas outras, sessenta, e outras, cem grãos”. E, quando Jesus terminou de contar essa parábola, disse à multidão: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça!”.  Os apóstolos e aqueles que estavam junto, quando ouviram Jesus ensinando ao povo daquele modo, ficaram bastante perplexos; e, depois de muito conversarem entre si no jardim de Zebedeu, Mateus disse a Jesus: “Mestre, qual é o significado das palavras obscuras que tu apresentaste à multidão? Por que falas por meio de parábolas àqueles que buscam a verdade?” E Jesus respondeu: “Eu vos tenho instruído com paciência durante todo esse tempo. A vós vos é dado conhecer os mistérios do Reino do céu, mas, para a multidão, que não sabe discernir, e para aqueles que buscam a nossa destruição, de agora em diante, os mistérios do Reino serão apresentados em parábolas. Assim nós faremos para que aqueles que realmente desejem entrar no Reino possam discernir o significado do ensinamento e dessa forma encontrar a salvação; ao passo que aqueles que nos estiverem escutando, apenas para nos pegar de surpresa, acabarão ficando mais confundidos, pois verão sem nada ver e ouvirão sem nada ouvir. Meus filhos, não conheceis a lei do espírito a qual decreta que, àquele que tem, será dado, de um tal modo que ele terá em abundância; mas, àquele que não tem, será tomado até mesmo o que ele tem Por isso, de agora em diante, eu falarei muita coisa ao povo, por meio de parábolas, para que os nossos amigos e aqueles que desejarem saber a verdade possam encontrar o que procuram, enquanto os nossos inimigos e aqueles que não amam a verdade possam ouvir sem entender. Muitos, dessa gente, não estão no caminho da verdade. O profeta de fato descreveu todas essas almas sem discernimento, quando ele disse: ‘Pois o coração desse povo tornou-se fechado e duro, e os seus ouvidos, embotados, e não escutam, e os seus olhos, eles os fecharam para não ver a verdade e para não a compreender nos seus corações”.

    Os apóstolos não entenderam o significado das palavras do Mestre. Enquanto André e Tomé conversavam mais com Jesus, Pedro e os outros apóstolos retiraram-se para uma outra parte do jardim, onde iniciaram uma discussão verdadeira e prolongada. Pedro e o grupo à sua volta chegaram à conclusão de que a parábola do semeador era uma alegoria, e que cada aspecto possuía um sentido oculto e, sendo assim, decidiram ir a Jesus e pedir uma explicação. E, desse modo, Pedro aproximou-se do Mestre, dizendo: “Nós não somos capazes de penetrar no significado dessa parábola, e estamos desejando que tu a expliques para nós, já que disseste que a nós nos é dado conhecer os mistérios do Reino”. Depois de ter ouvido isso, Jesus disse a Pedro: “Meu filho, não desejo esconder nada de ti, mas, primeiro, que tal se disseres a mim sobre o que acabastes de conversar; qual a tua interpretação da parábola?”

    Após um momento de silêncio, Pedro disse: “Mestre, nós falamos muito a respeito da parábola, e a interpretação pela qual eu optei é a seguinte: O semeador é o pregador do evangelho; a semente é a palavra de Deus. A semente, que cai à beira do caminho, representa aqueles que não compreendem o ensinamento do evangelho. Os pássaros, apanhando as sementes que caem no chão endurecido, representam Satã, ou o maligno, que rouba aquilo que foi semeado nos corações dos ignorantes. A semente que caiu nos locais rochosos e que brotam muito subitamente representam aquelas pessoas superficiais e irreflexivas que, ao ouvirem as boas novas, recebem a mensagem com júbilo mas, como a verdade não tem nenhuma raiz real no seu entendimento mais profundo, a sua fé tem vida curta diante da tribulação e da perseguição. Quando chegam as dificuldades, esses crentes tropeçam, e sucumbem quando tentados. A semente que caiu entre os espinhos representa todos aqueles que ouvem a palavra com boa vontade, mas permitem que as preocupações do mundo e a natureza enganadora das riquezas asfixiem o mundo da verdade, de tal modo que as verdades se tornam infrutíferas. Agora, as sementes que caíram no bom solo, e que cresceram, até darem, algumas trinta, outras sessenta e outras até cem grãos, representam aqueles que, após haverem ouvido a verdade, recebem-na em vários níveis de entendimento — devido aos seus dons intelectuais diferentes — e, por isso, manifestam esses vários graus de experiência espiritual”.

    Após haver ouvido a interpretação de Pedro, para a parábola, Jesus perguntou aos outros apóstolos se eles também possuíam sugestões a oferecer. A esse convite apenas Natanael respondeu. Disse ele: “Mestre, ainda que eu reconheça muitas coisas boas na interpretação que Simão Pedro dá à parábola, não concordo totalmente com ele. A minha ideia sobre essa parábola seria: A semente representando o evangelho do Reino, enquanto o semeador significando os mensageiros do Reino. A semente que caiu à margem do caminho, na parte endurecida do solo, representa aqueles que não ouviram senão pouco do evangelho e, também, aqueles que são indiferentes à mensagem e endureceram os seus corações. Os pássaros do céu, que levam as sementes caídas. à beira do caminho, representam os hábitos da nossa vida, a tentação do mal e os desejos da carne. A semente caída na rocha representa aquelas almas emocionais que são rápidas para receber os ensinamentos novos, mas também são igualmente rápidas para desistir da verdade, quando enfrentam as dificuldades para viver de acordo com essa verdade, a elas faltando a percepção espiritual. A semente, que caiu entre os espinhos, representa os que são atraídos para as verdades do evangelho; eles têm a intenção de seguir os ensinamentos, mas são impedidos pelo orgulho da vida, o ciúme, a inveja e as ansiedades da existência humana. A semente que caiu em bom solo, e cresceu até dar, algumas trinta, algumas sessenta e outras até cem grãos, representa os graus de capacidade natural e variável para compreender a verdade e responder aos seus ensinamentos espirituais, que têm os homens e as mulheres, pois possuem dons diferentes de iluminação de espírito”. Natanael terminou de falar, os apóstolos e os seus companheiros entraram em uma discussão séria e mesmo em um debate profundo, alguns sustentando a correção da interpretação de Pedro; e um número quase igual deles tentava defender a explicação de Natanael para a parábola. Nesse ínterim, Pedro e Natanael haviam-se retirado para a casa, onde se envolveram em um esforço vigoroso e determinado para convencer e mudar a ideia, um ao outro.

    O Mestre permitiu que essa confusão ultrapassasse o limite da sua expressão mais intensa; após o que Ele bateu com as palmas das mãos a fim de chamá-los para perto de si. Quando eles estavam todos reunidos à Sua volta, uma vez mais, disse: “Antes de falar-vos sobre essa parábola, algum de vós tem qualquer coisa a dizer?” Depois de um momento de silêncio, Tomé falou: “Sim, Mestre, gostaria de dizer umas poucas palavras. Lembro-me de que tu nos aconselhaste, certa vez, para tomarmos cuidado exatamente com isso. Ensinaste-nos que, quando usássemos exemplos nas nossas pregações, deveríamos empregar histórias verdadeiras, não fábulas, e que deveríamos escolher a história que melhor se adequasse como exemplo da verdade central e vital, a qual gostaríamos de ensinar ao povo; e que, havendo usado a história, não deveríamos tentar dar um emprego espiritual a todos os detalhes menores envolvidos na narrativa da história. Eu sustento que Pedro e Natanael estão ambos errados nas suas tentativas de interpretar essa parábola. Admiro a capacidade deles para essas coisas, mas estou seguro de que todas as tentativas, como essas, de fazer uma parábola natural produzir analogias espirituais, em todos os seus aspectos, pode apenas resultar em confusão e em erros sérios de concepção, sobre o verdadeiro propósito da parábola. E, plenamente provado que eu devo estar certo, está, pelo fato de que, se há uma hora atrás comungávamos de um só pensamento, agora estamos divididos em dois grupos separados que sustentam opiniões diferentes a respeito dessa parábola e que mantêm tais opiniões tão sinceras a ponto de interferir, na minha opinião, com a capacidade de compreender a grande verdade que tu tinhas em mente, quando apresentaste essa parábola à multidão e quando posteriormente nos pediste para tecer comentários sobre ela”. As palavras ditas por Tomé tiveram o efeito de acalmar a todos. Ele levou-os a lembrarem-se do que Jesus lhes tinha ensinado em ocasiões anteriores e, antes que Jesus continuasse a falar, André ergueu-se e disse: “Estou persuadido de que Tomé está certo; e gostaria que ele nos contasse qual significado ele atribui à parábola do semeador”. Depois que Jesus acenou para Tomé falar, ele disse: “Meus irmãos, eu não gostaria de prolongar essa discussão, mas, se assim o desejardes, direi que penso que essa parábola foi contada para ensinar-nos uma grande verdade. E esta é a de que nossos ensinamentos sobre o evangelho do Reino, não importa quão fiel e eficientemente executemos as nossas missões divinas, serão acompanhados por vários níveis de êxito; e que todas essas diferenças, nos resultados, são devidas diretamente às condições inerentes às circunstâncias da nossa ministração, condições sobre as quais temos pouco ou nenhum controle”.

    Quando Tomé acabou de falar, a maioria dos seus companheiros pregadores estava pronta para concordar com ele e, Pedro e Natanael estavam mesmo, por sua vez, prontos a dirigir-se a ele, quando Jesus levantou-se e disse: “Muito bem, Tomé; tu discerniste bem o verdadeiro significado das parábolas; mas Pedro e Natanael, ambos, fizeram a vós todos um bem igual, pois eles mostraram o perigo de se tentar fazer uma alegoria das minhas parábolas. Nos vossos próprios corações, podeis muitas vezes, com proveito, fazer tais vôos de conjectura imaginativa, mas vós cometereis um erro sempre que buscardes oferecer conclusões como uma parte do vosso ensinamento público”.

    Depois, Pedro e Natanael congratulavam-se um com o outro pelas suas interpretações e, à exceção dos gêmeos Alfeus, cada um dos apóstolos aventurava-se a fazer uma interpretação da parábola do semeador antes de retirar-se para dormir. Até mesmo Judas Iscariotes ofereceu uma interpretação bem plausível. Os doze, entre si próprios, iriam tentar imaginar as parábolas do Mestre, como haviam feito, por meio de uma alegoria, mas, nunca mais, eles levariam essas especulações a sério. cada vez mais, Jesus empregou parábolas no Seu ensinamento público.

     

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