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14/01/2025
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    Elias e os profetas de Baal no monte Carmelo

    Cume do monte Carmelo, 600 metros de altura. Ouve-se como um trovão, a voz contundente do servo do Senhor. Um sério desafio é lançado:“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O, e se Baal, segui-o”. De um lado, quatrocentos e cinquenta profetas de baal e mais quatrocentos da divindade pagã asera, estremecem. Do outro lado, Elias cheio do Espírito de Deus, proclama que o tempo do arrependimento é chegado. No meio está o povo de Israel, confuso e nada responde.

    Após mais de três anos sem chover, em meio à seca devastadora que provocou uma fome jamais vista no reino do norte de Israel, e sob o comando do rei Acabe, com a convocação do profeta Elias, todo o povo é congregado no monte Carmelo para este grande duelo. Somente um restaria vencedor, ao qual seria dado todo reconhecimento e toda a honra como o verdadeiro e único Deus: יְהֹוָה Yahweh (Javé) ou בַּ֫עַל baal.

    Se baal ‘o deus que fazia chover’ não podia responder aos pedidos de chuva, coisa que seus sacerdotes durante quase quatro anos suplicaram, talvez respondesse, então, ao chamado para fazer descer fogo dos céus. O Carmelo formava uma cordilheira com 30 km de comprimento, onde sua largura variava entre 5 e 13km, indo da costa do mar mediterrâneo em direção a sudeste do território de Israel. Seu ponto mais elevado chegava a 600m de altura, local do duelo de Elias.

    No lado norte do Carmelo, encontramos o rio Quisom, onde Elias destruiu os profetas de baal. Deste monte é possível avistar as planícies de Esdraelom e de Sarom. Há também inúmeras cavernas no Carmelo que parecem ter sido habitadas. A mais famosa é conhecida como a ‘Gruta de Elias’, atualmente um santuário muçulmano. Não era só o povo de Israel que possuía um sistema religioso liderado por sacerdotes e profetas. Quase todas as nações em volta tinham seus líderes religiosos, magos, sábios e xamãs. Estes “profetas” viviam às custas da riqueza do reino onde se encontravam. Vários historiadores relatam a imensa riqueza e poder que estes religiosos pagãos desfrutavam no Egito. Eles demandavam enormes quantias de dinheiro, ouro e prata para apoiarem os cultos às divindades.

    Os profetas de baal, comiam da mesa de Jezabel, tinham status nobre no reino, faziam parte da elite da sociedade israelita da época, gastavam vultosas somas de recursos do governo para construir templos grandiosos dedicados aos ídolos fenícios. Eles perseguiam os verdadeiros profetas, impondo-lhes a espada, matando todos aqueles que não conseguiam fugir.

    Os cultos às divindades eram verdadeiros espetáculos performáticos de danças, transes religiosos, lascívia, prostituição e permissividade, chegando ao ponto de se cortarem com metais ou pedras afiadas, derramando seu próprio sangue. Havia ainda apresentação de oferendas aos deuses pagãos, e com certa frequência, matavam e ofereciam crianças como sacrifício. Todo esse sincretismo religioso em muito havia afetado a Israel, ceifando muitas vidas, seja pela espada dos profetas de baal, seja pela seca ou pela fome naquela terra. O povo de Deus, que havia sido levado à ruína pela adoração a baal, é convocado a largar a idolatria, o sincretismo, e voltar ao primeiro amor, ao caminho reto trilhado pelos antepassados.

    O desafio foi lançado. Os quatrocentos e cinquenta profetas de baal, mais os quatrocentos profetas da divindade Asera iniciaram as suas danças, com gritos, berros e gemidos, fazendo muito barulho, porém não havia nada espiritual em suas práticas. Eles se cortavam, se mutilavam, derramavam seu próprio sangue, em uma tentativa de autojustificação, de autorremissão, porém o homem não tem o poder de justificar a si mesmo. Elias sabia bem disso, que era necessário o derramamento do sangue de um inocente, algo que já apontava para o sacrifício vicário de Jesus. Elias ordenou: — Prendam os profetas de Baal! Não deixem escapar nenhum! Todos foram presos, e Elias fez com que descessem até o riacho de Quisom e ali os matou.

    Algum tempo depois, no terceiro ano da seca, o Senhor Deus disse a Elias: — Vá apresentar-se ao rei Acabe, pois eu vou mandar chover. Então, Elias saiu para se apresentar a Acabe. A falta de alimentos era muito grande em Samaria,  e por isso Acabe mandou chamar Obadias, o administrador do palácio. Obadias era um fiel adorador do Senhor Deus 4e, quando Jezabel estava matando os profetas do Senhor, Obadias escondeu cem profetas em dois grupos de cinquenta em cavernas e providenciou comida e água para eles. Acabe disse a Obadias: — Vamos dar uma olhada em todas as fontes e em todos os leitos dos riachos da nossa terra a fim de ver se achamos capim suficiente para conservar vivos os cavalos e as mulas. Pois pode ser que a gente não tenha de matar os nossos animais.

    O fim da seca – 41 Então, Elias disse ao rei Acabe: — Agora vá comer, pois eu já estou ouvindo o barulho de muita chuva.  Enquanto Acabe foi comer, Elias subiu até o alto do monte Carmelo. Ali ele se inclinou até o chão, pôs a cabeça entre os joelhos 4e disse ao seu ajudante: — Vá e olhe para o lado do mar. O ajudante foi e voltou dizendo: — Não vi nada. Sete vezes Elias mandou que ele fosse olhar.  Na sétima vez, ele voltou e disse: — Eu vi subindo do mar uma nuvem pequena, do tamanho da mão de um homem. Então, Elias mandou: — Vá aonde está o rei Acabe e lhe diga que apronte o carro e volte para casa; se não, a chuva não vai deixar.  Em pouco tempo o céu se cobriu de nuvens escuras, o vento começou a soprar, e uma chuva pesada começou a cair. Acabe entrou no seu carro e partiu de volta para Jezreel. O poder do Senhor Deus veio sobre Elias; ele apertou o seu cinto e correu na frente de Acabe todo o caminho até Jezreel.

     

     

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