O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), afirmou nesta (13) que as investigações da Operação Lava Jato estão cada vez mais próximas de Dilma e Lula. Os petistas foram citados na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Deputados do PSDB, que há muito tempo alertam para a possibilidade de participação dos petistas no esquema criminoso, destacaram a importância de investigação. “Aos poucos, as delações estão comprovando nossas suspeitas de que Lula e Dilma não só sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, como ajudaram a mantê-lo como fonte de arrecadação para o PT e seus aliados no governo”, afirmou Sampaio via Facebook.
Segundo a “Folha de S.Paulo”, Nestor Cerveró disse em delação premiada que Lula havia “concedido influência política” sobre a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, ao senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Em denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que Collor nomeou os responsáveis pela diretoria de Rede de Postos de Serviços da BR, Luiz Claudio Caseira Sanches, e pela diretoria de Operações e Logística, José Zonis. Segundo Janot, as duas diretorias ocupadas por indicados de Collor “serviram de base para o pagamento de propina ao parlamentar”. “Citado agora no escândalo de corrupção que pode chegar a R$ 80 bilhões e quebrou a Petrobras, o ex-presidente tem muito a explicar. Sou autor de requerimento na CPI do BNDES que pede a convocação de Lula para explicar o grau de sua influência na concessão de empréstimos a empresas e países ‘amigos’”, lembrou o deputado federal Alexandre Baldy (PSDB-GO), pelo Facebook.
De acordo com o deputado, a interferência de Lula é inquestionável. Resta saber se ele, de fato, praticou o tráfico de influência em benefício próprio e partidário. “Defendi em 2015 que ele se explique e continuarei defendendo”, alertou. Cerveró ainda citou duas vezes a presidente Dilma. Ele disse à PGR ter ouvido do senador Fernando Collor (PTB-AL) menção à presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, em setembro de 2013, Collor afirmou que suas negociações para indicar cargos de chefia na BR Distribuidora haviam sido conduzidas diretamente por Dilma.
Dilma teria falado com Collor que estavam à disposição dele a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Cerveró disse ainda ter ouvido o relato de Collor sobre suposto encontro com Dilma durante uma reunião em Brasília, que teria ocorrido, segundo o delator, em setembro de 2013.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG) lembra que a delação premiada de Nestor Cerveró só comprava o que já se imaginava. “A delação de Cerveró cita Lula , Renan Dilma, Collor, Delcidio entre outros, não é a toa que queria ‘sumir’ com ele. Cerveró diz que Lula teria indicado ele para a Petrobras por gratidão a doações de campanha”, apontou Caio ao cobrar a investigação dos petistas.