Mato Grosso do Sul deve encerrar a safra 2017/2018 de cana-de-açúcar com uma redução na produção de 6,7% frente ao ciclo anterior, com o volume recuando de 50,292 milhões de toneladas para 46,940 milhões de toneladas, segundo dados do quarto levantamento da cultura, divulgado nesta terça-feira (24), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com a Conab, nesta temporada, o estado registrou um incremento de 7,6% na área cultivada, que subiu de 619 mil para 666 mil hectares, mas, em contrapartida, a produtividade despencou 13,3%, de 81.251 quilos por hectare para 70.480 quilos por hectare.
No levantamento, a companhia destaca que essa redução do rendimento, que afetou a produção final do estado, ocorreu principalmente devido aos reflexos da geada que atingiu a principal região produtora do estado, o sul, no inverno de 2017.
Apesar da redução, o estado deve se manter nesta safra como o quarto maior produtor brasileiro, atrás somente de São Paulo (349,200 milhões de toneladas), Goiás (70,622 milhões de toneladas) e Minas Gerais (65,017 milhões de toneladas). Sozinho, Mato Grosso do Sul fecha o ciclo colhendo mais do que três das cinco regiões do país: norte (3,464 milhões de toneladas), nordeste (41,140 milhões de toneladas) e sul (37,522 milhões de toneladas).
Mix de produção
A Conab destaca ainda, que nesta temporada a quantidade de cana-de-açúcar destinada a fabricação de etanol, do total produzido pelo estado, aumentou frente ao ciclo passado, subindo de 71,82% para 74,25%. Por outro lado, o volume revertido para o processamento de açúcar caiu, de 28,17% para 25,74%.
A queda na quantidade de matéria-prima disponível afetou os próprios volumes de fabricação de açúcar e de etanol do estado. A produção do alimento deve fechar o ciclo com queda 14%, de 1,734 milhão de toneladas para 1,491 milhão de toneladas.
Já a fabricação do etanol também deve recuar. A diminuição prevista pela Conab é de 2,8%, de 2,709 bilhões de litros para 2,632 bilhões de litros. Do volume processado neste ciclo, 32,90%, 866,264 milhões de litros são do anidro (que é misturado a gasolina) e 67,09%, 1,765 bilhão de litros é do hidratado (que é vendido nos postos de combustível).
Em relação ao mercado, a companhia destaca que com o aumento do preço do etanol em âmbito local e do açúcar no cenário internacional, melhorou a rentabilidade das lavouras e as usinas passaram a investir mais nos canaviais.