Deus fez o homem dotado de livre arbítrio, ou seja, o homem foi feito com poder de escolha, com liberdade para fazer o bem ou o mal. Entretanto, a liberdade tem um outro lado: a responsabilidade. Desta forma, todas as escolhas feitas pelo homem trazem consequências, que devem ser suportadas pelo próprio homem. O homem, queira ou não, é responsável pelos seus atos e deverá prestar contas ao seu Criador.
As escrituras ensinam que todos serão julgados de acordo com as obras realizadas. “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” – Apocalipse 20:12. A responsabilidade é, portanto, um traço da humanidade, uma característica da natureza humana e, por isso, todos os homens têm de ser julgados diante d’Aquele que é o Senhor de todas as coisas. O último destes julgamentos é o chamado “julgamento final”, ou “juízo final” ou, ainda, “juízo do trono branco”.
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Juízo final é o momento, de acordo com algumas doutrinas, do último e derradeiro julgamento de Deus sobre todos os seres da Terra. O Dia do Juízo costuma ser comparado ao Apocalipse, principalmente entre os Seguidores de Jesus.
O conceito do Julgamento Final diverge a partir do ponto de vista das diferentes religiões ou correntes filosóficas. O modelo mais famoso mundialmente, no entanto, consiste no relato apresentado na Bíblia Cristã. Para os cristãos, seria durante o Juízo Final que as pessoas pagariam por seus pecados ou seriam “recompensadas” pelas boas ações que fizeram durante a vida na Terra. O Inferno é descrito como o local de destino para os pecadores, que permaneceriam toda a eternidade em constante tortura e sofrimento. Por outro lado, aqueles que seguiram os mandamentos de Deus estariam destinados ao Paraíso, onde passariam a ter uma vida eterna de felicidade.
O julgamento final é chamado de “juízo do trono branco” porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um “grande trono branco”, seguida da fuga da presença da Terra e do Céu (Ap.20:11). Ocorrerá depois do término do reino milenial e, na Bíblia Cristã, este julgamento é explicitamente mencionado, pela primeira vez pelo profeta Daniel, sendo algo que era de pleno conhecimento dos judeus. Antes mesmo da profecia de Daniel, a ideia de que Deus julgará os homens não era desconhecida dos judeus. O Antigo Testamento permite vislumbrar esta realidade de um julgamento divino em relação ao homem, como se vê, por exemplo, em alguns salmos.
O juízo do trono branco é o “último dia” da crença dos judeus, o dia em que todos irão ressuscitar e comparecer perante o Senhor para prestar contas do que tenham feito, entendido que não serão julgados nesta oportunidade nem a Igreja nem os mártires da Grande Tribulação nem o Israel salvo, que já terão sido julgados anteriormente, pois se constituem na “casa de Deus”.
Todo o universo observa com intenso interesse o grande evento. Em pé, diante do trono de Deus, Jesus dá a todos uma visão abrangente de Seu trabalho redentor. Ele mostra que veio para buscar e salvar o que se havia perdido. Ele entrou no mundo ao se tornar carne humana, viveu sem em santidade, apesar das lutas e tentações; fez o sacrifício final na cruz, e serve como Sacerdote no céu. Finalmente, quando Ele, com pesar, der um passo adiante e pronunciar a sentença daqueles que persistiram em rejeitar Sua graça, cada ser humano no universo reconhecerá a justiça e a necessidade desse ato final de julgamento divino.
Jesus menciona este julgamento, quando profere o Seu sermão escatológico onde, explicitando o que já havia sido predito, ou seja, de que Ele próprio, o Filho do homem, haveria de efetuar o julgamento. Informa que este julgamento se iniciará logo após a Sua vinda triunfal em glória – o julgamento das nações -, que terminará com o “juízo do trono branco”, quando, então, serão separados definitivamente aqueles que irão para o gozo eterno e os que padecerão o tormento eterno para todo o sempre O processo, iniciado no julgamento das nações somente se findará no juízo do trono branco.
No fim do Dia do Julgamento, os humanos sobreviventes terão voltado a viver plenamente como humanos perfeitos. Assim, no Dia do Julgamento a humanidade será restaurada ao seu estado original perfeito. Daí haverá uma prova final. Segundo algumas crenças, satanás será solto do encarceramento e terá uma última oportunidade de enganar a humanidade. Os que resistirem a ele desfrutarão o cumprimento pleno da promessa divina: “Os justos possuirão a terra e viverão nela para sempre. Realmente, o Dia do Julgamento será uma bênção para todos os humanos obedientes.