Ao voltar para a Galileia, Jesus e Seus discípulos passaram por Samaria, lugar por onde a maioria dos judeus não gostava de passar. Foi em Sicar que Jesus encontrou uma mulher junto à fonte. Samaria havia sido destruída por Sargão, rei da Assíria, no ano 721 a.C. Samaria foi a capital do reino do Norte, sendo habitada por gente da Assíria, durante a invasão. Esses estrangeiros teriam se casado com os poucos judeus remanescentes, produzindo uma raça mestiça e, portanto, malvista pelo povo israelita. Esses ficaram conhecidos como “os samaritanos”.
A Fonte – Depois que Jacó voltou de Pada-Arã, onde vivera durante vinte anos, e onde também havia se casado com Leia e Raquel, ele se estabeleceu próximo ao monte Gerizim e comprou uma terra de Hamor, que era pai de Siquém. José, filho de Jacó, foi sepultado nesse lugar. É muito provável que a fonte, onde Jesus teve um encontro com a samaritana, seja o Poço de Jacó. Esse poço tem pouco mais de um metro de um metro de largura. No ano 670 d.C., um visitante escreveu que a sua profundidade era de 72 metros. No ano de 1697, outro visitante disse que a profundidade era de apenas 31 metros. Em 1861, a profundidade era de somente 22 metros. A razão para esta variação é o fato de que peregrinos, ao longo dos séculos, jogavam pedras no poço, e assim, gradualmente, ia ficando menos profundo. Mas a água do poço continua potável e suficiente para beber.
Siquém – A aldeia perto do Poço de Jacó fica junto à estrada principal, de Jerusalém à Galileia. Provavelmente, no lado oriental do monte Erbal, aproximadamente a 800 metros ao norte do referido poço. É uma aldeia moderna denominada Askar, que é considerada como sendo onde antes ficava Sicar. Os montes Erbal e Girizim se elevam como gêmeos: Erbal, como mais de 900 metros de altura; Gerizim, um pouco menos. Os samaritamos costumavam adorar ao ar livre no topo do monte Gerizim.
Durante séculos os samaritanos tinham defendido suas práticas de adoração em outros lugares, tais como o monte Gerizim ao qual ela referiu-se em sua pergunta. Os judeus, apesar de seus erros em outras coisas, continuavam a defender corretamente a importância de Jerusalém como a cidade designada por Deus como o local de adoração.
A resposta de Jesus desafiou-a a desviar seus olhos do monte e olhar para dentro de sua alma. O tempo estava rapidamente se aproximando, Jesus explicou, quando o lugar não importaria mais. Os judeus estão certos em adorar em Jerusalém por enquanto, e os samaritanos não sabem o que estão fazendo. Mas tudo isso está para mudar. O Pai, como um ser espiritual, está buscando pessoas que o adorarão em espírito e em verdade.
Poderia essa mulher, que estava preocupada com a água de um poço apenas momentos antes, despertar em si um interesse genuíno por coisas espirituais? Jesus pensava assim. Ele, que conhece a natureza do homem melhor do qualquer um, olhava para essa ela com amorosa compaixão e com confiança que ele era capaz para resgatá-la de seus erros.
A mais surpreendente revelação ainda estava por vir. Quando a mulher ponderou a resposta anterior de Jesus, ela comentou sobre uma verdade em que ela acreditava: “Eu sei que há de vir o Messias; quando ele vier, nos anunciará todas as cousas”. Na resposta, ela ouve a espantosa razão para seu comentário enigmático. Se apenas ela soubesse quem estava pedindo água! Agora, com seus interesses espirituais despertados, ela estava pronta para ouvir o resto da história sobre esse forasteiro judeu: “Eu, o Sou, Eu que falo contigo!” A desprezada samaritana, estava falando face a face com o Ungido de Deus!