Em seu voto, Gilmar afirmou que mudou de opinião sobre o tema pelo “desvirtuamento que as instâncias ordinárias começaram a perpetrar”. “O que o STF decidiu em 2016 é que dar-se-ia a condição para se executar a decisão a partir do julgamento em segundo grau. Ou seja, decidiu-se que a execução da pena após a condenação em segunda instância seria possível, mas não imperativa”, disse.
Antes dele, também nesta tarde, a ministra Cármen Lúcia se pronunciou a favor da prisão em segunda instância. Na sua fala, a ministra disse que mantinha sua compreensão sobre o tema e ressaltou a importância de aceitar a opinião contrária, em uma democracia.”Quem gosta de unanimidade é ditadura, democracia é plural sempre”, disse.
Além dela, os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso e Edson Fachin também votaram nesse sentido. Já o lado que é contrário à tese tem os votos dos ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, além de Gilmar Mendes. Ainda faltam votar o decano do Supremo, Celso de Mello, e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.
Quarto dia de julgamento
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão reunidos nesta quinta para o quarto dia de julgamento de três ações que podem mudar o entendimento da Corte sobre prisão em segunda instância. A expectativa é que o placar se inverta com o voto de Cármen, Gilmar, Celso de Mello e Toffoli, o que poderia beneficiar 4.895 presos, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).