A Morhar Organização Social, responsável pela construção precária de 42 moradias no Bairro Vespasiano Martins para famílias retiradas da antiga favela Cidade de Deus, é alvo de três investigações e tomada de contas. Ministérios Públicos do Estado (MPE), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT) e ainda a Agência Municipal de Habitação (Emha) buscam responsabilizar a entidade por atos lesivos. O responsável pelo Ong, Rodrigo da Silva Lopes, no entanto, não é localizado desde 2016.
No MPE, a investigação começou no ano passado. O objeto do inquérito é “apurar eventual ato de improbidade administrativa decorrente do contrato público firmado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande com a ONG Morhar Organização Social, para a construção de unidades habitacionais destinadas aos moradores da área denominada ‘Cidade de Deus’”. A reportagem pediu vista do procedimento para verificar o andamento, mas o Ministério informou que só poderá liberar a pesquisa na próxima semana.
A ONG, que firmou convênio no valor de R$ 3,6 milhões com a prefeitura em 2016 (desse total, R$ 2,7 milhões foram efetivamente pagos à entidade), deveria ter operado em sistema de mutirão assistido, ou seja, supervisionado a construção das casas, que seriam erguidas pelos próprios moradores depois que passassem por treinamento e capacitação.