Algum tempo depois, Jesus atravessou para a outra margem do mar da Galileia, e uma grande multidão de pessoas O seguiam porque viam os sinais que Ele tinha realizado pela cura dos doentes. Então, Jesus subiu no monte e sentou-se com os Seus discípulos. A Páscoa judaica estava próxima. Quando Jesus olhou para cima e viu uma grande multidão que vinha em direção a Ele, disse a Filipe: ‘Onde compraremos pão para esse povo comer?’ Ele perguntou isso só para testá-lo, pois Ele já tinha em mente o que iria fazer. Filipe respondeu: ‘Eu precisaria do salário de mais de meio ano para comprar pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!” (João 6:1-7)
Ora, Filipe é uma personagem pequena no Novo Testamento. Alguém pode estar se perguntando por que Jesus não questionou quem estivesse um pouco mais acima na hierarquia, como Pedro ou João. Esta é uma história que todos cresceram ouvindo. É emocionante a história em que Jesus milagrosamente alimentou mais de cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes, tendo nada menos do que doze cestos cheios de sobras. Mas isso fica cada vez mais interessante. Jesus profetizou às cidades que não se arrependeram, como Cafarnaum, Corazim e Betsaida, porque se os milagres realizados nelas tivessem sido realizados em Tiro e Sidom, certamente estas cidades teriam reconhecido o bem recebido pelo Mestre Maior. Curiosamente, a narrativa de Marcos descreve que o povo estava sentado em grupos sobre “verdes pastos”. Isso é importante, não porque Marcos menciona pessoas sentadas na grama, mas também informa que “todos se assentaram”. É importante porque Marcos relata que a grama era “verde”. Isto é particularmente intrigante, considerando que em Israel, principalmente na Galileia, onde a grama é marrom.
O que torna isso tudo ainda mais intrigante é que o evangelho de Marcos afirma que os apóstolos reuniram-se com Jesus e lhe relataram tudo o que tinham feito e ensinado. Havia muita gente indo e vindo, ao ponto de eles não terem tempo para comer. Jesus lhes disse: ‘Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco’.” Seria bom lembrar que, durante a Páscoa, há um pequeno intervalo de tempo onde a grama é realmente verde naquela região.
Jesus pede aos discípulos que organizem a multidão em grupos de cem e de cinquenta, e então, eleva os cinco pães e peixes ao céu e ora a Deus realizando assim o milagre da multiplicação. O Pão do Céu, o maná, estava anunciando um novo tempo em que o Reino de Deus era chegado aos homens. Um novo tempo em que o maná, O Pão estaria sempre e por todos os dias entre os homens. Deus não havia abandonado Israel e o maná também não havia sumido. Jesus estava anunciando que Ele era o verdadeiro Pão que alimentava a vida, os homens. Os grupos de cem e cinquenta organizados, sob a orientação dos doze discípulos é um retrato da Igreja, da nova organização espiritual que haveria de surgir.