A cura do cego, se dá nas águas do Tanque de Siloé, sendo uma das mais lindas histórias do tempo de Jesus na Terra. O tanque era um recipiente quadrangular, medindo 25 metros de comprimento por 5 metros de largura e 5 metros de profundidade. A água vinha de um canal subterrâneo, com 530 metros de comprimento, da fonte chamada Virgem, localizada mais ao norte do vale de Cedrom. Esse túnel, descoberto em 1886, foi construído por ordem do rei Ezequias. Ali estava aquele homem cego. Nasceu e cresceu cego. Não sabia ler nem escrever. Não tinha utilidade para a sociedade judaica.
Atualmente os cegos podem aprender, ler e escrever, pois há o sistema Braille. Mas no tempo de Jesus, os cegos não tinham valor algum. E nascendo cego, eram logo apontados como sendo castigados por causa de seus próprios erros. Seu sofrimento era relacionado com castigo. Assim permanecia abandonado, sozinho, dependendo da caridade e da compaixão de quem por ele passasse.
É interessante que Jesus andando, o viu. Isso porque Jerusalém era uma grande cidade. E em meios urbanos, com muitas aglomerações, muita gente nas ruas, é difícil ser notado. Multidões passam de um lado para o outro sem se importar com a vida de quem quer que seja. No meio de tanta gente, porém sempre sentimos como que sozinhos. Porque as pessoas se importam no máximo com seus familiares ou amigos, o restante é apenas a multidão. Mas Jesus não vê multidões, Ele vê cada indivíduo. E Jesus prendeu Sua atenção naquele pobre homem cego de nascença. Aí os seus discípulos, que estavam imersos na crença da “causa e efeito”, já começaram a indagá-lo, com um julgamento errado: “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem errou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”
E os seres humanos, são assim mesmo, implacáveis, Julgando o que não sabem, condenando com preconceitos. Jesus parou, para falar com o cego de nascença. Isso é realmente maravilhoso e Jesus se importa com cada ser humano, sem distinção. O mestre mostra aos seus discípulos que não havia nenhum castigo e nenhuma maldição hereditária sobre a vida daquele homem. Ao contrário, havia, na realidade humana daquela geração, uma cegueira muito mais profunda e pavorosa do que aquela em que se deixa de ter a visão física da sociedade. Jesus respondeu: “Nem ele errou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.”
A pior cegueira é aquela em que se deixa de enxergar o sentido real da vida. Pela reação dos fariseus à cura daquele pobre homem cego de nascença, pois se deu num sábado, pode-se notar as densas trevas em que eles estavam. Levando uma vida sem nenhum sentido nobre e real, eles se prenderam a legalismos e rituais pesados. Deixaram esfriar o amor nos corações e se esqueceram do principal da lei, que era o perdão e a misericórdia.
Ao preparar-se para realizar mais um milagre em seu ministério, Jesus aproveitou a oportunidade para trazer lições morais valiosas. Ele poderia ter simplesmente declarado a cura imediata do cego de nascença, como fez em outras situações. Mas a cegueira estava relacionada a verdades mais profundas. Jesus queria não só curar a cegueira material, palpável, como também abrir os olhos espirituais do cego e dos demais. Assim o lodo feito com sua saliva, passa a representar a cegueira espiritual, que precisava ser lavada. “Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.” E disse-lhe: “Vai, lava-te no tanque de Siloé.
Deste modo o homem cego de nascença, parte para lavar o lodo de seus olhos, no Tanque de Siloé, para que uma vez curado, possa também ter um rumo a seguir, um norte para se guiar, ao passo que Jesus se apresenta como tal direção e como sentido supremo da vida.
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