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18/01/2025
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    O Dízimo em toda a Bíblia Cristã

    A ideia de que o dízimo é obrigatório nas igrejas cristãs da atualidade é questionada em muitos segmentos do Cristianismo moderno. Há pregadores afirmando enfaticamente que “… se o adepto não entregar o dízimo, está roubando a Deus e fica sob a maldição, de acordo com o profeta Malaquias.

    O dízimo, antes da Lei – Há duas passagens bíblicas que falam sobre o dízimo sendo dado antes que a Lei fosse instituída no Sinai. As passagens envolvem Abraão e Jacó, dois dos patriarcas de Israel. “… o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.” – “…  Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho, e era este sacerdote do Deus Altíssimo.  E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.”  Aqueles que crêem que o dízimo é para os crentes do Novo Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que a Lei Mosaica fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei Mosaica. No entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão dura e apressada, é preciso analisar com cuidado o contexto da matéria. Genericamente, Abraão, de maneira voluntária quis pagar dízimos a Melquisedeque, provavelmente tenha feito um voto pessoal, após uma vitória militar.

    O dízimo exigido sob a Lei Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos frutos e dos rebanhos, e para ser dado em uma base anual, e não o despojo de uma vitória militar. Também Jacó fez um voto: “… se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; de tudo quanto me der, certamente te darei o dízimo. Estes são os únicos exemplos de dízimo que podem ser encontrados no Velho Testamento, antes da Lei ser dada.

    O dízimo não era o dar dinheiro, mas parte do produto da terra, da semente do campo, do fruto das árvores, do gado, e do rebanho. Cada ano, depois que a terra tinha sido colhida, as pessoas traziam para os sacerdotes as décimas partes de suas colheitas e do aumento na manada e no rebanho  As Escrituras Cristãs, em parte alguma, enfatizam que dizimar era dar dinheiro para Deus.

    O povo de Israel devia usar o dízimo para comer na presença do Senhor, em Jerusalém. Se fosse incômodo para as pessoas de longe trazerem seus dízimos até Jerusalém, seria permitido que elas trouxessem o dinheiro para comprar o necessário para os festivais referidos.  O “Dízimo para o Festival”  tornou possível ao povo de Israel ter comida e bebida necessárias para as festas religiosas de Israel, e adorar o Senhor.

    “O Dízimo para os Pobres”]: ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; e virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo) e, o estrangeiro, e órfão e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão…

    Em muitos aspectos, parece que o dízimo exigido sob a Lei é hoje similar à taxação que o governo impõe sobre nós. Israel era governado por uma teocracia. Sob ela, o povo era responsável por prover para os trabalhadores do governo, assim como os sacerdotes e os levitas, para os dias santificados. Estes dízimos não eram voluntários como o foi nas vidas de Abraão e Jacó.

    Nos dias de Neemias, homens eram indicados para ajuntarem as ofertas e os dízimos em câmaras designadas para aquele propósito particular. Estas câmaras eram para os bens armazenados, e depois se tornaram conhecidas como “casas do tesouro”.

    Malaquias 3:8-12: “… trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim!”  Estes “dízimos”  têm que se referir aos diferentes dízimos requeridos do povo de Deus – o Dízimo para o Levita, o Dízimo para as Festas ao Senhor e o Dízimo para os Pobres.  Deus não está condenando o reter apenas dos dízimos, mas também das ofertas.

    Portanto, é certo que as bênçãos e maldições escritas em Malaquias 3:8-12 referem-se às bênçãos materiais que Deus prometeu a Israel, se obedecesse seus mandamentos e estatutos. O dízimo foi um destes mandamentos.

    Se alguém deseja dar o dízimo, de acordo com as Escrituras Cristãs, teria que fazer o seguinte: deixar seu trabalho e comprar uma terrinha, de modo que possa criar seu gado e plantar e colher; encontrar algum descendente de Leví, que realmente seja sacerdote, no Templo; usar suas colheitas para observar as festas religiosos do Velho Testamento, tais como páscoa, pães asmos, pentecostes, tabernáculos; começar dando pelo menos 20 por cento de todas as suas colheitas e rebanhos; e, esperar que Deus amaldiçoe sua nação [em oposição ao próprio crente com insuficiência material, se ela for infiel, ou a abençoe com abundância material, se for fiel. Deus aboliu  o sacerdócio levítico, os sacrifícios de animais, e as festas religiosas, e outras exigências da velha aliança, como é o caso do dízimo..

    Os escritores do Novo Testamento, em nenhum momento, deram ênfase à doutrina do dízimo como ocorria nos tempos do Antigo Testamento. No evangelho de Mateus 23.23, Jesus se referiu à questão do dízimo por causa dos fariseus que deviam dar o dízimo, motivados pelos antigos costumes judaicos. Na morte de cruz, o Mestre Jesus fez a Obra Completa, incluindo a isenção do pagamento do dízimo.

    O escritor aos hebreus mencionou a questão do dízimo não como um ato obrigatório, e sim para lembrar o compromisso dos antepassados, quando este era mandamento, ordem para todos os judeus. Diz ainda: “ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. Aqui, certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. E, por assim dizer, por meio de Abraão até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. O objetivo do autor é mostrar a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o sacerdócio levítico e, portanto, exortar seus leitores para não retornarem às suas formas judaicas de adorar.

    Não há, nem sequer uma só palavra em todo o Novo Testamento que ordene ou mesmo sugira que se espera que os Seguidores de Jesus, dentro do Novo Pacto, paguem dízimos. O dízimo pode representar um fardo pesado para os verdadeiros adoradores, como na antiga aliança, quando era exigência legal.

    Sem constranger quem quer que seja, a contribuição nos templos devem ser voluntárias, como foi bem lembrada a atitude da viúva pobre. O apóstolo dos gentios, disse: “ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia: no primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.” E nos Atos: “… os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. …”

    O Novo Testamento ensina que Deus deixa a nós o poder de decisão sobre o valor das nossas contribuições. É bom dar em proporção aos nossos meios e como Deus nos tem feitoprosperar. É deveras libertador, quando consideramos as táticas manipulativas que alguns “espartalhões” aplicam para “arrancar” dinheiro de incautos adeptos, pela absoluta falta de conhecimento.

    É bastante claro que uma das prioridades da oferta no Novo Testamento é satisfazer as necessidades dos santos; satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos; além de se usar o dinheiro para satisfazer as necessidades dos irmãos e irmãs, que sejam necessitados. Paulo sugere a Timóteo: “honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.”

    O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro para o sustento de fiéis obreiros na Seara do Mestre. E, finalmente, o apóstolo Tiago exclama: “a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.”

    As Escrituras não ensinam que o dízimo é obrigatório sobre os crentes na atual dispensação. No entanto, as Escrituras Cristãs ensinam que os filhos de Deus devem ser generosos quando ofertam.  Se alguém ainda tem dúvida sobre a forma de contribuir, é aconselhável buscar a Deus em oração, para entender o propósito divino na questão financeira.

     

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