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26/03/2024
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    Enorme radiotelescópio será construído na Paraíba

    Medindo quase um campo de futebol, o Bingo (sigla de Baryon Acoustic Oscillations in Neutral Gas Observations, ou Oscilações Acústicas de Bárions em Observações de Gases Neutros) pretende ser o primeiro radiotelescópio a detectar, por rádio, ondas da interação entre átomos e radiaçãono início do Universo.

    Um dos líderes do projeto é Carlos Alexandre Wuensche de Souza, da Divisão de Astrofísica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

    Além do cientista e de outros pesquisadores do Inpe, o projeto conta com a participação de empresas de São José dos Campos ligadas ao projeto espacial brasileiro. Elas atuarão na construção do aparelho, que também contará com tecnologias de fora do país.

    O Bingo será construído por um consórcio de entidades brasileiras e estrangeiras, com liderança de cientistas de universidades e entidades de pesquisa do Brasil e cooperação de instituições do Reino Unido, China, Suíça e África do Sul, entre outros países.

    A maior parte da construção é financiada pela Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), o que evitou que o projeto fosse afetado pelos cortes do governo federal na área da ciência.

    O Bingo começou a ser projetado em 2016 e a construção deve ser iniciada em 2020. A previsão é que o radiotelescópio opere em 2022.

    “Vamos fazer uma espécie de tomografia do Universo que vai olhar a distribuição do hidrogênio. Tentaremos entender mais o processo de como a energia escura atua na dinâmica do Universo”, disse Souza ao blog ‘Tilt’, do Portal UOL.

    Bingo será instalado na Serra do Urubu, na Paraíba, longe de metrópoles e fontes de poluição eletromagnética.

    Cientistas esperam ‘grande avanço’ nas ciências astronômicas com radiotelescópio

    O radiotelescópio deverá detectar e analisar rastros de hidrogênio neutro –combinação de um elétron e um próton– no Universo. A meta é entender elementos que ainda intrigam cientistas, como a energia escura, e permitir um grande avanço astronômico nacional e internacional.

    “Contamos com a contribuição de nossos parceiros internacionais, especialmente as dos pesquisadores do Reino Unido, mas a maior parte da tecnologia para a construção está sendo desenvolvida aqui no Brasil”, disse Carlos Alexandre Wuensche de Souza, do Inpe.

    A construção da estrutura, dos receptores e das antenas parabólicas é de responsabilidade da equipe brasileira, com participação de empresas de São José dos Campos.

    Colaboração: Fábio Ribeiro, Lênio

     

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