O dólar tem forte valorização nesta terça-feira (15) diante dos rumores de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá um ministério no governo de Dilma Rousseff.
Além do foro privilegiado após seu pedido de prisão preventiva ter ido parar nas mãos do juiz Sérgio Moro, que investiga a Lava Jato, Lula teria a missão de salvar o governo de Dilma Rousseff, observa Jefferson Luiz Rugik, diretor-superintendente da Correparti Corretora.
O ex-presidente já estaria convencido a aceitar a oferta de Dilma, mas sob uma condição: fazer mudanças na política econômica. De acordo com a Folha de S.Paulo, Lula só vê alguma saída para a crise se Dilma se reconectar com a base social do PT, que anda insatisfeita com a proposta de reforma da Previdência e os cortes em gastos sociais.
Apesar de barganhar uma mudança na economia, Lula manteria Nelson Barbosa à frente do Ministério da Fazenda, pelo menos por enquanto. O ministério que Lula deve assumir ainda é uma incógnita. Fontes consultadas por O Financista afirmam que o ex-presidente assumirá o comando da Casa Civil.
“Por ser um homem de extrema confiança da presidente Dilma, ele [Lula] deve vir para a Casa Civil e esse anúncio deve ser feito nesta terça-feira”, afirmou fonte próxima ao governo federal.
Já o jornal O Estado de S. Paulo afirma que Lula ocupará um superministério, que será criado sob medida para ele. A propensão é que ele assuma a Secretaria do Governo, que hoje é liderada por Ricardo Berzoini. A pasta deve ser reformulada e ter poderes de interlocução com movimentos sociais e o Congresso ao ex-presidente.
“A ida de Lula para o governo Dilma aumenta ainda mais a incerteza política no curto prazo, o que pode aprofundar a recessão e o descontentamento de investidores e empresários”, observa a LCA Consultores.
Neste contexto, o dólar à vista tinha alta de 1,70%, cotado a R$ 3,7222, após ter alcançado a máxima de R$ 3,7339, com valorização acima de 2% na primeira hora de pregão.
No mercado internacional de câmbio, o dólar também mostra força e ganha das moedas fortes e de países emergentes e ligadas às commodities.