E não é que é verdade? O cara atropela as palavras, engole outras, passa por cima de algumas regras gramaticais, solta palavrões. Mas vamos dar uma olhadinha nos seus antecessores, que ainda estão vivos:
SARNEY: Um intelectual. Membro da ABL. Escritor e poeta. O multimilionário “dono” do Maranhão. Deixou o país quebrado, após sucessivos e mal sucedidos planos econômicos, e com uma inflação que, só no último mês do seu mandato (ampliado para 5 anos, sabe-se lá como) foi superior a 80%. Num mês!
COLLOR: Nascido em berço de ouro. Bom orador, teve educação de 1o. Mundo. Multilíngue. Foi impichado por corrupção. Indiciado em vários processos, teve bens apreendidos. Não está preso graças à leniência do STF.
FHC: Outro intelectual. Professor catedrático da USP. Professor visitante da Sorbonne. Ao cabo de seu segundo mandato (conseguido sabe-se lá como!) entregou a inflação sob controle, mas com o Brasil no FMI. Passou a faixa para Lula, seu velho companheiro de palanque e de ideias socializantes.
LULA: Um farsante, semianalfabeto, comia os plurais com a mesma gula com que devorava dinheiro, alcool e amantes, como nunca antes na história deste país. Levou 8 anos enganando, trapaceando, roubando. Está preso, condenado em 2a. Instância, em vias de ser condenado também no TRF-4 num outro processo. E com uma outra condenação na 13a. Vara de Curitiba. É réu em mais um monte, no Rio e em Brasília.
DILMA: A economista que não sabia nada de economia, a anta que não consegue construir uma frase com sujeito, verbo e predicado nos seus devidos lugares. Com a “expertise” de quebrar uma loja de 1,99, foi bem mais longe: quebrou um país inteiro. Foi impichada. E acaba de ter prisão preventiva requerida, mas ainda não deferida pela Justiça.
TEMER: A finesse em pessoa. Nunca elevou a voz. Nunca disse uma frase que não fosse rebuscada, com direito a mesóclises empoadas e gongóricas. Chefiou por décadas o MDB, um partido que saqueou o país também por décadas – e não por mera coincidência. Está em prisão domiciliar, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Aí Bolsonaro, menino pobre, estudante de Colégio Militar e Capitão reformado, sucede a essa súcia de letrados e iletrados, espertos e corruptos, carreiristas e punguistas (e até ex-terrorista!), quebra todas as regras sujas de se fazer política e é trucidado por ser tosco com as palavras? Por não ser politicamente correto? Por falar o que pensa, sem rodeios? Por corajosamente dar nome aos bois? Por enfrentar sem medo a mídia que o massacrou na campanha? E que continua massacrando um presidente legitimamente eleito?
Como deputado, estava no Congresso quando todos esses presidentes exerceram o poder roubando, ou aliciando partidos e deputados com ministérios, cargos e até dinheiro vivo, o Mensalão que o diga. O Petrolão também.
Mas ele nunca se deixou contaminar. Era uma voz isolada no Plenário e nas Comissões, e desprezado pelos colegas de tantas legislaturas, que nunca davam as assinaturas necessárias para que seus projetos andassem na Casa.
Ou então seus projetos eram engavetados pelos presidentes da Câmara – e muitos deles foram processados e/ou foram ou estão presos, como Ibsen Pinheiro, Severino Cavalcanti, João Paulo Cunha, Michel Temer, Eduardo Cunha.
Ele sobreviveu incólume àquele antro!
Bolsonaro é uma total e absoluta exceção à regra de como se faz política no Brasil. Um alienígena completo. Que se elegeu sem partido importante, sem dinheiro, sem a mídia, sem as corporações, sem nada além de seu discurso conservador, que reverberou nas redes sociais por quem viu nele – com toda a razão – um político que iria fazer diferente de quem o antecedeu. E ele está fazendo.
Tem a sutileza de um rinoceronte? Sim. Tem a coragem dos loucos? Também sim. Tem os cacoetes das raposas da política? Definitivamente não. E ainda bem que não, dados os exemplos acima.
Ele não é, nem nunca foi um Rolls Royce. Está mais pra um tanque de guerra, daqueles que passam por qualquer terreno para abrir caminho para a Infantaria, que vem atrás. E a Infantaria (desarmada) somos nós, o povo.
Para Bolsonaro, todo mato é caminho. Selva! E ele vai (vamos) chegar lá. Não interessa se o homem é um tosco, ante o quanto é verdadeiro. E comprovadamente honesto.
O resto é choro de corruptos, mimimi de contrariados e o coro de mal informados pela mídia, que não engole o fato que um presidente se elegeu à sua revelia.
Alberto Saraiva, sem esquecer que o tanque andou de Rolls Royce na posse, para desespero de quem achou que ele ficaria no caminho, como derrotado. Ou morto.
(Alberto Saraiva, 04 AGO 19 – 01:30)