Na última semana, foi publicada extinção da sentença que indisponibilizava os bens da Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, mais de 20 anos após o início do processo. Foi quitado o débito de R$ 4,9 milhões com o Governo do Estado, em ação referente à Fazenda New Hope, em Jardim.
Conforme a sentença do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, no processo inicial o Estado de Mato Grosso do Sul propôs o cumprimento da sentença contra a Associação.
Essa sentença seria sobre o pagamento de multa milionária, pelo descumprimento de ordens pela Fundação Estadual de Meio Ambiente. Isso, porque as obras na fazenda, que seriam para construção de um complexo com prédios e até escola, não tinham licença ambiental.
Ainda assim a Associação manteve as atividades. Então, em 1999 a Associação foi condenada ao pagamento da multa, que ultrapassava os R$ 40 milhões.
A multa acabou reduzida, mas a Procuradoria-Geral do Estado ingressou com nova ação, quando o valor voltou a ser superior a R$ 40 milhões. Mesmo assim, a multa novamente foi reduzida, desta vez para R$ 4,9 milhões.
Desta forma, foi decretada indisponibilidade de bens da Associação de Moon. Em dezembro de 2021, este débito foi totalmente quitado, sendo reconhecida a quitação integral. Com isso, foi extinto o cumprimento da sentença.
Reverendo Moon
Sun Myung Moon, reverendo e fundador da Igreja da Unificação, morreu aos 92 anos, em 2012. Moon estava internado por causa de uma pneumonia em um hospital que pertencia à igreja perto de sua casa em Gapyeong, no nordeste de Seul.
Moon nasceu em uma cidade que hoje pertence à Coreia do Norte, e fundou o movimento religioso em 1954, depois de sobreviver à Guerra da Coreia. Ele pregava novas interpretações das lições da Bíblia.
A igreja ganhou notoriedade e fama nas décadas de 1970 e 1980 por realizar casamentos em massa de milhares de fiéis, muitas vezes de diferentes países, a quem Moon combinava em uma tentativa de construir um mundo religioso multicultural.
A seita estaria presente em mais de 120 países e teria, segundo seus seguidores, mais de 5 milhões de fiéis em todo o mundo. No Brasil, a igreja tem forte presença e, no Mato Grosso do Sul, foi investigada em 2002 por lavagem de dinheiro.