A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (15), uma operação denominada “Carga Pesada” sendo cumpridos mandados
nos estados de Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Os mandados cumpridos foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena. Foram apreendidos 150 veículos, vários deles de luxo, pertencentes a uma organização criminosa com forte atuação nacional no tráfico de drogas.
Ao todo, 270 policiais cumpriram 45 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão. A Justiça também autorizou o sequestro de aeronave, uma lancha e imóveis de propriedade da organização criminosa. Todos os bens foram comprados através de atividades ilícitas.
Segundo investigação da PF, os integrantes da quadrilha faziam o envio de grandes quantidades de cocaína de Rondônia, através de caminhões, para outros estados. “Ao mesmo tempo, o grupo realizava a aquisição de cargas de maconha do Mato Grosso do Sul para serem distribuídas nos estados de Rondônia e Acre”, diz a PF.
Desde o início da investigação, no final de 2019, mais de 2,5 toneladas de drogas foram apreendidas pelas polícias (PRF e PM). Além do tráfico, a quadrilha atuava no comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de capitais e falsidade ideológica.
Em Mato Grosso do Sul, os mandados da PF foram cumpridos em Naviraí, Iguatemi, Paranhos e Ponta Porã.
Em Naviraí três pessoas foram detidas, entre elas um empresário que atua no ramo de venda de peças e assessórios de veículos, que já havia sido preso em 2015, acusado de fazer parte uma organização de criminosa especializada no tráfico de drogas.Na época ao ser preso ele disse aos policiais que chegava a comercializar cerca de 2 toneladas de maconha por mês, a qual era distribuída em caminhões, para várias cidades e estados do país. Um celular apreendido com ele foram encontradas várias mensagens, onde ele negociava a venda de drogas e armas. Em uma das mensagens, o traficante negocia um fuzil AK47, pelo valor de 12 mil dólares.
Na operação desta quarta-feira (15), a Justiça também autorizou o bloqueio de contas da organização criminosa nas redes sociais.
Foram apreendidos outros objetos em posse dos suspeitos, como jóias de ouro, armas, relógios, computadores, e dinheiro em espécie. A polícia diz que um dos suspeitos chegou a movimentar R$ 10 milhões em contas bancários, dinheiro obtido através do tráfico de drogas e armas.
Foto: PF/Reprodução
Para lavar o dinheiro do tráfico, os suspeitos usavam uma casa de jogos de fachada, onde, de fato, ninguém era sorteado e os próprios integrantes da quadrilha ficavam com o dinheiro.
Início das investigações
Segundo a PF, as investigações começaram através de uma apreensão de drogas feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Militar (PM), em 2019, que identificou uma organização criminosa ligada a uma facção criminosa, tráfico de cocaína ,maconha, armas e lavagem de capitais.
Durante as investigações, conduzida pela delegacia da PF de Vilhena (RO), foi possível vincular oito flagrantes de tráfico de drogas desse grupo aos investigados.
A droga era sempre transportada pelo grupo em meio a cargas em veículos de grande porte. A Operação Carga Prensada tem o apoio da Polícia Militar e do Ministério Público de Rondônia (MP-RO).
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais, organização criminosa e falsidade ideológica, cujas penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Fonte: Jornal do Conesul