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27/03/2024
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    Livro de desembargador amambaiense destaca a família Nogueira Lopes

     

    “Começou tudo pelo meu pai, o João Francisco Lopes, seu Nenito. Ele deixou um legado de honradez pra nós, que se a gente não seguir é porque não queremos mesmo. Não estou dizendo que somos santos, mas assim…ele primava muito por  honradez, de cumprir aquilo que você falou.” A afirmação é de Carlos Adão Nogueira Lopes, filho do seu Nenito – João Francisco Lopes – e dona Lenira Nogueira Lopes. Carlinhos é irmão de Luiz Nogueira Lopes (25.8.1944 / 7.7.2015), um dos cinco cueras apresentados na obra Che Tiempo Guaré de autoria do desembargador amambaiense Nery da Costa Júnior.

    Cuera: que ou aquele que apresenta destemor, valentia, diz-se de indivíduo corajoso, impactante. Iconizo nomes de pessoas emblemáticas na construção de uma sociedade, aquela em que eu mesmo vivi, sendo, portanto, todas contemporâneas minhas, e deduzidas a partir de um olhar muito pessoal, mas que, ressabidamente, afetaram toda a população naquele tempo”, explica o desembargador.

    O livro está tendo seu pré-lançamento nesses meses de agosto e setembro e está sendo vendido pelo site e em pontos de vendas e distribuídos por representantes em Amambai, Campo Grande e São Paulo – veja informações sobre os locais e telefones de contato ao final desta matéria.

    As histórias da vida de Luiz Nogueira Lopes são descritas por Nery em narrativa feita a partir de sua amizade com ele e através de relatos de dezenas de pessoas – familiares, amigos, funcionários e outras. O Luiz Prefeito, o Luiz irmão, filho e pai dedicado, o Luiz parceiro e o Luiz que não leva desaforo par casa. Todas essas versões estão em Che Tiempo Guaré.  

    O pai de Luiz Nogueira Lopes e do Carlinhos, e também do Lídio, do João, da Maria, da Ramona, da Eva, da Sueli e da Laura, foi o primeiro presidente da Câmara de Vereadores de Iguatemi. “E quando tocou à família o direito de indicar o prefeito, em 1975, prevaleceu o entendimento de que o porte do desafio já estava a exigir alguém com a plenitude das energias. Foi, então, que a escolha recaiu sobre o filho, Luiz Nogueira, que, como se vê, não decepcionou”, reflete o autor.

    Segue Nery em seu livro: A cidade existiu simplesmente em dois períodos didaticamente flagrantes: o antes e o depois das gestões de Luiz Nogueira Lopes. É como falar em Pedro Pedrossian para o Estado de Mato Grosso do Sul. Há forte controvérsia de métodos e posturas e mesmo de legitimidade política, mas um olhar concreto sobre o legado de sua passagem à frente do município o coloca em situação de incomparabilidade.

    Um clã político sem igual

    (Trecho do livro Che Tiempo Guaré)

    Nenhuma família em todo o Alto Amambai – absolutamente – tem o cartel até aqui exibido galhardamente pelos Nogueira Lopes. Eles são um espetáculo à parte. Dignos de uma atenção muito especial. Se construíram num universo que – dada a região – carece ser notado, aplaudido, conhecido, enfim. Eles não são produto do ilícito, da chantagem, da força, nem da arrogância. Fizeram-se assim, como se diz, na raça e no peito.  

    Luiz foi prefeito, duas vezes, em Iguatemi. Marli foi vereadora e presidente do legislativo iguatemiense; Carlinhos, vereador e vice-prefeito também no torrão e, por fim, Lídio, vereador em Campo Grande e deputado estadual, já em segundo mandato, neste ano de 2020, enquanto sua esposa cumpre mandato de vice-prefeita da Cidade Morena. E antes de todos, o velho João Francisco, seu Nenito, houvera também sido eleito por um mandato

    no legislativo de Iguatemi.

    É um cartel invejável, e tão ou mais honorável na medida em que se verifique ter sido levantado sem outros recursos que não fossem os exemplos e os valores defendidos e verdadeiramente praticados. É capital humano da melhor vertente, lastreado na palavra, sem outras fontes de recursos, que poder econômico nunca tiveram para tanto. Eles são duros na queda. Unidos.

    Determinados. Focados e confiáveis. Se dão a palavra… está feita uma operação lacrada. Não é preciso escrever, nem testemunhar.

    Esse é um legado formidável, cuja estrela mais resplandecente foi Luiz Nogueira Lopes, que a família soube expandir e fazer florescer, e que ele – o Cuera – potencializou de seu pai, hoje nome de uma praça na bonita Iguatemi e da rodovia MS 180.

    Relatos

    Dentre as dezenas de relatos sobre Luiz Nogueira Lopes, veja dois trechos abaixo.

    Odete Fonseca: “E o Luís Nogueira Lopes foi um prefeito por duas gestões; para ter um prefeito que nem o Luís Nogueira Lopes, só se nascer de novo, porque ele fez o estádio, aqui tinha só uns paus apodrecendo, com umas pelotinhas de tomate clareando até as 10 horas. O motor era lá embaixo, 10 horas já apagava tudo. (…) Ele era dos meus. Não comia amanhecido. E eu gosto de gente assim. É olho no olho, sem mandar recado, sem mandar telefonema, nem nada, falar o que tem que falar.”

    Domingos Guerreiro: “Hoje, o prefeito não sai mais do ar condicionado. O Luís, naquela época, até almoçar com nós ele almoçava, nos barracos, nos acampamentos, nas estradas, à noite. Sempre na época a gente ganhava um carneirinho, uma leitoa, e o Luís falava: vai ter uma leitoa hoje? Eu vou lá jogar um baralhinho, botar as coisas em ordem…porque saindo daqui era Cuiabá, na época, então dificilmente……quando ele tava na cidade, ele tava com nós no trecho.”

     

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