Um grupo de investigadores da Universidade de Oxford publicou esta terça-feira (16) um trabalho científico muito importante para combater a pandemia do coronavírus. O estudo mostra evidências de que a dexametasona, um esteróide com um baixo custo, reduz a probabilidade de morte dos pacientes em estado grave hospitalizados com covid-19.
O medicamento, que já existe no mercado, é anunciado pela universidade como um grande avanço no combate à pandemia do novo coronavírus. O remédio é usado para artrite, doença na pele, rinite e asma.
A dexametasona, de acordo com os pesquisadores, reduz o risco de morte para os doentes que estão ligados respiradores em um terço e em um quinto para os pacientes que estão apenas recebendo oxigênio.
O estudo está incluído em um grande ensaio mundial para avaliar os efeitos de tratamentos para outras patologias no novo coronavírus. Foram escolhidos aleatoriamente 2.104 pacientes para receberem o medicamento e os compararam com 4.321 pacientes que receberam apenas os cuidados usuais.
Segundo a mesma informação, o medicamento foi administrado por via oral ou intravenosa e, após 28 dias, reduziu as mortes em 35% nos doentes que precisavam de tratamento com aparelhos respiratórios e em 20% naqueles que precisavam apenas de oxigênio suplementar. Não pareceu ajudar pacientes menos doentes.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, anunciou hoje que o medicamento começará a ser usado no tratamento do novo coronavírus, depois de terem sido conhecidos os resultados do estudo.
Ele explicou, ainda, que o país tem “acumulado stocks” de dexametasona desde março, estando agora na posse de cerca de 200 mil doses, que “estão prontas para serem administradas”. “Estamos trabalhando com a NHS (sistema nacional de saúde) para que o tratamento padrão para a Covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde”, disse.