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Eleições municipais dependem da pandemia, avisa novo presidente do TSE

Ideia do adiamento cresceu entre ministros da Corte

As eleições municipais de 2020 seguem marcadas para outubro, mas, segundo Luís Roberto Barroso, novo presidente do TSE, podem ser adiadas.

Em entrevista para a Agência Brasil nesta quinta-feira, Barroso, que foi eleito e passará a ocupar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em maio, atrelou a realização do pleito à pandemia de coronavírus.

“Nossa maior preocupação é com a saúde da população. Se não houver condições de segurança para realizar as eleições, como conversamos, em reunião informal e administrativa, nós evidentemente teremos que considerar o adiamento pelo prazo mínimo indispensável, para que possam realizar-se com segurança”, alertou.

Barroso, que foi eleito ao vencer Edson Fachin por seis votos contra um, adiantou, no entanto, que ainda acha cedo para cravar qualquer previsão sobre a necessidade de se adiar as eleições municipais.

“Ainda é cedo para termos uma definição se a pandemia vai impor um adiamento da eleição, mas é uma possibilidade. Vamos nos empenhar para evitar qualquer tipo de prorrogação, na medida do possível”, prometeu.

Em entrevista recente ao portal Uol, Barroso estabeleceu o mês de junho como o deadline para saber se precisará ou não adiar as eleições.

“A verdade é que nós estamos monitorando a evolução da doença e não podemos fechar os olhos a esse risco. Imaginaria junho como sendo o momento em que nós temos que ter uma definição”.

Para Luís Roberto Barroso, caso chegue o momento de definição e as eleições realmente precisem ser adiadas, o ideal é que o pleito seja postergado por, no máximo, dois meses, sendo remarcados para dezembro de 2020.

Eleições gerais em 2022 são descartadas

Além de evitar adiantar qualquer decisão sobre o adiamento do pleito de 2020, o novo presidente do TSE assegurou que, no caso de ter de alterar a data das eleições municipais, estas não serão jogadas para 2022, quando terminarão os mandatos de governadores e do presidente Jair Bolsonaro.

“Conforme pude conversar com cada um os nossos colegas, não apoiamos o cancelamento de eleições para que venha a coincidir com 2022. Nós consideramos que as eleições são um rito vital para a democracia, portanto, assim que as condições de saúde permitirem, nós devemos realizar as eleições”, reforçou.

Em entrevista recente para o portal Uol, no começo de abril, Barroso já havia descartado um possível adiamento das eleições para 2022. E justificou:

“Nós estamos estimando 750 mil candidatos entre prefeitos e vereadores. Se você juntar isso a milhares de candidatos nas eleições nacionais, vai criar um inferno gerenciar nestas eleições”.

Pacificação

Em entrevista para o Estadão Conteúdo, o novo presidente do TSE aproveitou para pedir um fim ao clima de guerra que tomou conta da população brasileira após a “politização” da pandemia de coronavírus.

“O Brasil precisa encontrar denominadores comuns, viver certa pacificação, diminuir intolerâncias e suprimir qualquer questão relacionada a ódio”, apontou.

“Virá um período muito difícil. A pandemia do coronavírus tem representado uma crise sanitária, econômica e humanitária. É um momento que exacerba nossos sentimentos de solidariedade e dever de integridade”, concluiu.

Rosa Weber se despede

Luís Roberto Barroso assumirá a presidência do TSE no lugar da ministra Rosa Weber, que está no cargo desde agosto de 2018.

Barroso, durante sessão virtual, teceu vários elogios à colega, que enfrentou uma das eleições presidenciais mais complicadas dos últimos tempos no País.

“O país deve à Vossa Senhoria a condução de eleições dificílima e sob os ataques mais diversos, de maneira impecável e com resultados fidedignos que fizeram honrar a Justiça Eleitoral”, elogiou.

Weber aproveitou a ocasião para admitir que sente falta dos encontros presenciais com os colegas, mas ressaltou a importância do isolamento social em tempos de pandemia.

“Os encontros presenciais são uma bênção, talvez só agora estamos a descobri-lo ou, se não, a dar-lhes o devido valor. Nada substitui o calor humano, mas seguindo as orientações de isolamento social das autoridades de saúde, essas sessões por videoconferência são alternativa possível às sessões presenciais nesse momento”, concluiu.

 

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