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22/04/2025
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    No desfile da Mangueira, o ‘Jesus da gente’ tem rosto negro, sangue índio e corpo de mulher

    A primeira noite de defiles do Carnaval do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (23), teve o aguardado desfile da Mangueira entre os principais destaques e foi marcada por temas como a desigualdade social, críticas a “falsos profetas” e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mostrados por alegorias como um Jesus negro e outro, mulher.

    A Mangueira, atual campeã do carnaval carioca, voltou a desfilar com vários elementos de crítica social e política. Com o samba-enredo “A Verdade vos Fará Livre”, a agremiação usou a trajetória de Jesus Cristo para fazer críticas sociais e políticas.

    A rainha da bateria Evelyn Bastos representou Jesus como mulher e a comissão de frente mostrou um Jesus pobre e com apóstolos negros. O samba cita um Jesus de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher”, e menciona “profetas da intolerância” que não sabem que a “esperança brilha mais que a escuridão”.

    “Jesus pode ser de todos os gêneros. E se fossemos ensinados, desde criança que Jesus também poderia ser uma mulher, será que o Brasil estaria no topo do feminicídio? Que todos os olhos possam acolher todas as imagens de Jesus, porque ele está no meio de nós”, disse a rainha da Mangueira, Evelyn Bastos,

    O desfile incluiu referências diretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em um trecho de seu samba, a letra diz “não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão” – o nome completo do presidente é Jair Messias Bolsonaro.

    A escola também montou a ala “Bandido Bom é Bandido Morto”, retratando a violência diariamente cometida como política de governo contra jovens pobres e negros no Brasil. TAmbém para retratar a intolerância do Brasil de Bolsonaro, a ala das baianas remetia a religiões de matrizes africanas, enquanto um grupo lembrando a personagem bíblica Maria Madalena levava uma placa com o arco-íris LGBT+ dizendo “Vai tacar pedra?”

     

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