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16/04/2024
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    QUESTIONAMENTO SOBRE A INFLAÇÃO E A CARNE BRASILEIRA

    “Os maiores pensadores do mundo não têm a menor ideia de como o mercado funciona; precisamente por isso que ele funciona.” (PETERS, Thomas J.)

    Há 15 anos, no longínquo 2004, o Kg da picanha, chegou a R$28,00. Naquela época, nos “anos dourados” do primeiro governo Lula, quando o mundo navegava numa maré de calmaria e nem pensava que existiria a crise de 2008, que virou do avesso a economia global, o salário mínimo brasileiro era de 260 reais, ou seja, eram necessários 10,75% do salário para comprar um quilo de carne para o churrasco.
    Hoje, com a alta da carne, cada quilo deste corte, chega a 55 reais, 5,5% do salário mínimo.

    Se formos comparar a arroba do boi gordo, em novembro de 2004, a cotação era de R$70,00 (26,9% do salário mínimo), contra R$200,00 (20,04% do salário), em novembro de 2019. Enntão, não vale a pena alguém se descabelar diante dos novos preços.

    Alguns fatos a considerar
    com a nova economia

    1º: A China está sendo assolada pela peste suína africana. Com isso, aumentaram a importação de carne brasileira. Com maior quantidade de produto exportado, pela lógica, falta produto no mercado interno.

    2º: Com a longa crise, pela qual passamos, que manteve o preço na carne em baixa durante muito tempo, os pecuaristas passaram a abater fêmeas (matrizes). Como é delas que nascem os bezerros, isso causa a falta de produto no mercado interno.

    3º: Estamos em período de entressafra no Centro-Oeste, o maior produtor de carne, no Brasil. Nesta época, os pastos ficam ruins, o custo de produção aumenta e falta produto no mercado interno.

    4º: iniciando dezembro, às vésperas do fim de ano, o comércio já se prepara para as festas, quando o consumo aumenta exponencialmente e falta produto no mercado interno.

    Ah, e aquelas APPs, que variam entre 20 e 80% da propriedade, dependendo da região, e que os ecochatos querem aumentar? Elas também interferem no custo de produção. Quanto menor o espaço para pastagem, menos bois são criados e menos carne chega ao mercado.

    Ao contrário das leis brasileiras, as LEIS DO MERCADO FUNCIONAM. É básico: OFERTA versus PROCURA. Com menos produto disponível, o preço fica mais alto.

    Com o controle da praga na China, a safra recomeçando e a temporada de festas terminando, os preços voltam a baixar.

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