Um filhote de onça-pintada foi resgatado por um pescador após se enroscar em um anzol dentro de um rio, em Miranda, a 183 km de Campo Grande. De acordo com Edmilson Cabral Pereira, de 50 anos, a mãe do animal apareceu e aguardou no local até o filhote conseguir ser solto, para juntos irem embora.
O vídeo gravado na última quinta-feira (10), mostra Edmilson e o pai em um barco. Ao chegarem perto do filhote, Alício José Pereira registra o momento que o filho corta o anzol que estava amarrado em uma árvore e toda a ação é observada pela mãe do felino. Pelas imagens é possível ouvir a onça rosnando. O animal é solto com o anzol preso no corpo e os dois seguem para mata. Veja vídeo:
Edmilson conta que o animal foi encontrado por turistas paulistas e que a mãe do filhote estava nas proximidades. O pescador foi até a sede da Polícia Militar Ambiental na cidade, e como só havia um militar no local, a ocorrência não poderia ser atendida naquele momento.
“Eu não poderia deixar aquele filhote naquela situação. Ele poderia virar presa fácil de jacarés e piranhas”, explica.
Com um barco, ele e o pai foram até o ponto em que a onça estava presa. Ele lembra que o filhote se distraiu com a própria mãe e foi o momento ideal para cortar o anzol com um facão.
“No início tentei chegar próximo dele [filhote], mas ele estava muito nervoso. Provavelmente ele estava preso há várias horas. A gente levou um susto porque na hora que eu tentava soltar ele, a mãe dele chegou e começou a nos observar”, explicou ao G1.
Filhote de onça se encontra com a mãe após ficar horas preso em um anzol, em rio de MS. — Foto: Alício José Pereira
Segundo o pescador, o animal ficou preso com o anzol na região do peito: “Na hora que ela fazia força ela se afundava. A oncinha conseguiu encontrar um ponto para ficar com a cabeça para fora, por isso que não morreu afogado”.
O pescador ainda acrescenta que os dois animais já foram vistos na região e que no final do resgate, que durou cerca de oito minutos, os animais foram embora após enfrentarem um momento difícil: “No final a mãe parecia que queria nos agradecer depois de tudo que eles passaram”, finaliza.
Segundo o tenente-coronel Ednilson Queiroz, o pescador antes de resgatar o animal, acionou Polícia Militar Ambiental (PMA), mas como havia somente um militar na base e outros dois estavam em uma ocorrência, não foi possível ir até o local naquele momento. Queiroz também explicou que uma equipe da PMA e pesquisadores foram até o ponto mencionado pelo pescador, mas os animais não foram mais encontrados.
Conforme Queiroz, apesar do risco, os pescadores dificilmente seriam atacados pela mãe do filhote, pois eles estavam em dois, em um barco e dentro da água: “Caso o filhote seja encontrado, os pesquisadores irão usar anestésico para tentar sedá-lo e retirar o anzol. Caso tenha ferimentos, vamos recolhe-lo para tratá-lo e soltá-lo novamente na natureza”, finaliza.