As pragas sobre os egípcios, na verdade, eram os milagres operados por Deus em favor do povo hebreu. Na época, um dos principais trabalhos dos escravos era a fabricação de tijolos para a construção de edifícios, cidades de tesouros e monumentos. Esses tijolos eram feitos de barro misturado com água, e às vezes, palha. Os tijolos egípcios mediam de 35 a 50 centímetros de comprimento, 15 a 22 centímetros de largura e 10 a 17 centímetros de espessura. Neles ficava gravado o nome do Faraó reinante.
Centenas de deuses eram adorados no Egito, o que contrariava os princípios do Deus dos Patriarcas, um único Deus Verdadeiro. Na XVIII Dinastia, no entanto, reinou, por pouco tempo, o Faraó Akenaton, que unificou a religião, adotando a crença num único Deus. Perseguido, foi morto numa noite do ano 1353 a.C, aos 28 anos de idade. Segundo alguns exegetas, ele teria sido amigo do legislador Moisés, frequentando a mesma escola filosófica.
Cada um dos deuses egípcios era parecido com um animal, o que trazia desgosto ao povo hebreu, sendo a prática abominável aos olhos de Deus. Foi aí que Jeová determinou mandar muitas pragas sobre a Terra do Egito, para mostrar que era Ele muito mais poderoso que todos os deuses sem vida. A rã, por exemplo, considerada uma deusa no Egito, inspirou ao Deus Supremo para enviar a praga das rãs sobre a nação incrédula.
Estas terríveis pragas tinham por objetivo conduzir Faraó ao arrependimento e revelar que Yhaweh é o único verdadeiro Deus, o Rei soberano no universo. Faraó, era o título dado ao rei do Egito, e ele se auto intitulava “filho de Rá”, como um deus. Além do deus falso Rá, os egípcios criam em um panteão de outros deuses que eram tidos como os responsáveis pela vida, fertilidade, imortalidade, etc. Sendo que os israelitas foram reduzidos à escravidão por muitos anos, os egípcios, por meio do seu contato com eles, tiveram uma oportunidade de conhecer sobre o verdadeiro Deus. As orações dos israelitas, que clamavam por libertação da opressão, haviam ascendido aos céus, e Yahweh os ouviu. Moisés e Arão eram irmãos, e foram enviados por Deus para anunciar os juízos iminentes que cairiam sobre o Egito caso Faraó e seus oficiais não permitissem que os hebreus saíssem para adorar o Deus Supremo.
Água em sangue (Êxodo 7:14-24) – Cada uma das dez pragas foi dolorosamente literal e dirigida contra algum aspecto da religião falsa. A primeira praga, a transformação do Nilo e de todas as águas do Egito em sangue, foi uma ofensa ao deus Nilo (personificação de Hápi), que se acreditava ser o deus da fertilidade. Tal praga resultou na morte de peixes e, portanto, um duro golpe contra a religião egípcia que venerava algumas espécies de peixes.
2) Rãs (Êxodo 8:2-14) – As rãs eram animais sagrados para os egípcios. Um de seus ídolos, a deusa Heqet tinha cabeça de rã, e que se supunha ter poder criador. Embora o principal propósito desta praga fosse punir os opressores de Israel, também atrairia desprezo por seus muitos deuses pagãos. A grande multiplicação de rãs fez com que a deusa Heqet parecesse maligna.
3) Piolhos (Êxodo 8:16-19) – Arão estendeu a mão com o seu bordão e feriu o pó da terra que se tornou em piolhos que infestaram nos homens e no gado e por toda a Terra do Egito. Os magos egípcios tentaram reproduzir tal feito, mas reconheceram a sua impotência e disseram: “Isto é dedo de Deus
4) Moscas (Êxodo 8:20-32) – Para que faraó reconhecesse o Deus verdadeiro e se arrependesse, deixando os hebreus partirem para servirem ao seu Senhor. Enxames de moscas infestariam todo o Egito. Um novo elemento é introduzido a partir dessa praga – a distinção entre os Egípcios e os adoradores do verdadeiro Deus. Enquanto as casas dos egípcios eram infestadas pelos enxames de moscas, os israelitas na terra de Gósen não foram atingidos.
5) Peste sobre o gado (Êxodo 9:1-7) – O juízo divino caiu sobre o rebanho egípcio, em forma de pestilência sobre os animais, mais uma linha de separação entre os hebreus e os egípcios. Do rebanho de Israel nenhum animal foi atingido, enquanto que todo o rebanho dos egípcios morreu.
6) Feridas sobre os egípcios (Êxodo 9:8-12) – Nesta ocasião a praga caiu sobre os egípcios com tamanha severidade que não podiam continuar com o rei. Em vez disso, fugiram para suas casas, em busca de proteção e tratamento. Uma clara distinção entre egípcios e hebreus; nenhum poder mágico ou sobrenatural pôde protegê-los.
7) Chuva de pedras (Êxodo 9:13-35) – Este tempo testificaria ao rei que Yahweh é Senhor da Terra e dos Céus, e que as forças da Natureza e todos os objetos da idolatria egípcia eram criaturas de Seu poder sujeitas à Sua vontade. Deus não tolera a idolatria, razão da ira divina ter assolado a nação egípcia com mais esta praga.
8) Gafanhotos (Êxodo 10:1-20) – A praga dos gafanhotos destruiu toda a vegetação que havia sobrado da devastadora chuva de pedras e demonstrou que Jeová tinha controle absoluto sobre todos os elementos da Natureza. Deus encheu o ar e a Terra de gafanhotos e os deuses egípcios nada puderam fazer contra isso.
9) Escuridão total (Êxodo 10:21-23) – O Egito ficou em uma escuridão tão densa que não era possível enxergar as pessoas e se estendeu por três dias. Mas na casa dos hebreus havia luz. O deus-sol tinha sido o principal no Egito por séculos, e todo rei chamava a si mesmo de “filho de Rá”. Na época de Moisés, esse deus era identificado com Amon e tinha o nome de Amon-Rá.
10) Morte dos primogênitos (Êxodo 11-12) – Este golpe caiu sobre os primogênitos dos homens e dos animais. Deus não desejava exterminar os egípcios e seu gado, mas apenas convencê-los de que a oposição ao Seu propósito para Israel não seria mais tolerada. A morte dos primogênitos causou o maior vexame para a religião do Egito. “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais. A morte dos primogênitos foi uma grande humilhação. Pressionado pela demanda popular, o Faraó enviou oficiais, durante a noite, para chamar os líderes hebreus, aos quais havia dito nunca mais vê-los. A rendição de Faraó foi completa. Ele ordenou: “Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim”.