Restos mortais de D. Pedro II estão na Catedral São Pedro de Alcântara. Sepultura de Stefan Zweig recebe, em média, 50 visitas por mês. Durante os dias de Finados, cerca de 25 mil pessoas passam pelos sete cemitérios de Petrópolis, região Serrana do Rio. As famílias têm o costume de visitar parentes e amigos falecidos, mas na cidade imperial, a ida ao cemitério é também um programa turístico. Os restos mortais do imperador D. Pedro II, da imperatriz Tereza Cristina, da princesa Isabel e de seu marido, o conde D’Eu estão na cidade. O mausoléu imperial fica na Catedral São Pedro de Alcântara, um dos principais pontos turísticos da cidade.
Os túmulos do imperador e da imperatriz, esculpidos em mármore de carrara, ficam à direita da entrada da igreja protegidos por grades. “O mausoléu é um dos pontos relevantes da visita, que transcende o Dia de Finados, tendo movimento o ano inteiro”, diz Luiz Carlos Gomes, presidente do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP). Uma vez por ano, o IHP lembra o nascimento e a morte de D. Pedro II, que ocorreram dias 2 e 5 de dezembro, respectivamente, com uma homenagem. Os presentes têm a oportunidade de chegar mais perto do imponente mausoléu, já que as grades são abertas neste período.
No Cemitério Municipal, no Centro, estão os túmulos de figuras com importância nacional e internacional, como o escritor austríaco Stefan Zweig e o presidente marechal Hermes da Fonseca, além da campa do engenheiro que projetou Petrópolis, o major Júlio Frederico Koeler.
A Prefeitura de Petrópolis não sabe ao certo quantas personalidades foram sepultadas no principal cemitério da cidade, mas a estimativa é de que 30 figuras com representatividade histórica tenham sido enterradas em terra petropolitana. Segundo o administrador dos sete cemitérios da cidade, o túmulo mais visitado é o do escritor, poeta e romancista Stefan Zweig. “Ele atrai turistas o ano inteiro, principalmente austríacos, suecos e alemães. Os próprios funcionários encaminham os visitantes que costumam deixar pedras no túmulo do escritor. É um hábito que faz parte da cultura dos alemães”, acrescentando que cerca de 50 pessoas passam pelo túmulo de Zweig mensalmente.
O grande interesse dos turistas pelas personalidades sepultadas na cidade motivou a Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis a incluir o Cemitério Municipal, que fica na Rua Fabrício de Mattos, próximo a praça Oswaldo Cruz, no ‘Circuito a Pé’. O hábito de visitar a sepultura de pessoas importantes é comum em diversos países e, a demanda em Petrópolis não é diferente.
Os ‘famosos’ enterrados no Cemitério Municipal têm forte ligação com Petrópolis. O escritor Stefan Zweig veio para a cidade com a esposa após se aposentar. Ambos cometeram suicídio na casa onde moravam, no bairro Valparaíso.
Petrópolis preserva a história em cima e debaixo da terra
Segundo artigo escrito pelo historiador Joaquim Eloy e publicado em um jornal local em novembro de 1993, a cidade imperial, proporcionalmente, está entre as primeiras do país no ranking de campas importantes reunidas por metro quadrado. Um passeio pelo campo santo é uma aula de história, uma galeria de arte, um encontro cultural de rara expressividade.
O homem que projetou a cidade e o primeiro cemitério, que era localizado onde hoje está a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Rua Montecaseros, também foi enterrado em Petrópolis. O major e engenheiro Júlio Frederico Koeler, foi sepultado no Cemitério Municipal. Posteriormente, seus restos mortais foram transferidos para a Praça Princesa Isabel, onde foi erguido um monumento em homenagem ao alemão naturalizado brasileiro.
O historiador Joaquim Eloy cita ainda o governador do Estado do Rio, Thomás da Porciúncula, e o poeta Raul de Leoni, como figuras que nasceram e foram sepultadas em Petrópolis, no maior cemitério da cidade, que tem 70 mil pessoas enterradas, dentre tantos o presidente Marechal Hermes da Fonseca, junto com a esposa Nair de Teffé e o sogro Almirante Barão de Teffé. O apresentador e compositor Flavio Cavalcante; o professor de alemão de D. Pedro II, Frederic Ottier; o conde da Mota Maia; e o médico e político Nelson de Sá Earp, que dá nome a uma rua da cidade, também estão entre os mortos enterrados no Cemitério Municipal de Petrópolis.