
Tenente-coronel da Polícia Militar Itamara Romeiro Nogueira, de 40 anos, que matou o marido, major PM Valdeni Lopes Nogueira, 48 anos, está muito abalada e preocupada com relação ao futuro da filha do casal, de 13 anos.
Itamara chegou há pouco na 7ª Delegacia de Polícia Civil da Capital para prestar depoimento sobre o assassinato.
Na chegada da oficial à delegacia, a defesa dela fez manobra para despistar a imprensa que tentava entrevistá-la. Enquanto uma pessoa chegou ao local com um lençol cobrindo o corpo e cabeça, simulando ser a militar, Itamara aproveitou para entrar pela porta dos fundos da delegacia, evitando ser questionada.
Advogado que representa a militar, José Roberto Rosa, disse que ela já está recuperada dos problemas de saúde que teve depois do crime. No entanto, conforme ele, ainda precisa de medicamentos para dormir e só agora está refletindo sobre o que aconteceu.
“Na linguagem popular, está caindo a ficha agora e o sentimento e preocupação dela é em relação a filha”. Não foi informado quem está cuidando da adolescente.
Ainda conforme o advogado, depois de prestar depoimento ela deve ser encaminhada para alojamento da Penitenciária Militar, onde está detida desde ontem (13). Antes, a tenente-coronel ficou internada no Hospital Militar.
ERA AGREDIDA
“Por enquanto não posso afirmar a linha de defesa que vamos tomar, mas há indicativo de trabalharmos com legítima defesa”, disse Rosa, que voltou a afirmar que Itamara atirou no marido depois de ser agredida e ameaçada por ele.
Ao concluir o acompanhamento do depoimento, advogado afirmou que irá se dirigir ao Judiciário para pedir medidas alternativas à prisão e, em último caso, prisão domiciliar.
Delegado responsável pelo inquérito, Cláudio Zotto, ouviu pela manhã pessoas que trabalhavam tanto com a vítima quanto com a tenente-coronel. A partir de amanhã (15), serão ouvidos familiares de Itamara. Os parentes de Valdeni prestarão depoimento por carta precatória em razão de morarem em outra cidade.
O CRIME
Itamara matou o marido, que era major da PM, com dois tiros na tarde de terça-feira (12), depois de discussão na residência do casal, no bairro Santo Antônio.
Baleado, o major foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado à Santa Casa em estado grave, mas morreu na mesa de cirurgia.