O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, diz estar tranquilo quanto à resolução do caso Neymar. O clube catalão está sendo investigado na Espanha por conta dos valores da transferência do craque brasileiro junto ao Santos ocorrida em 2013. Segundo o mandatário, o Barça sempre seguiu os conselhos de seu auditor fiscal, e o problema existe apenas por uma questão de leitura e de interpretações que podem surgir dos contratos. Bartomeu garante que não há qualquer tipo de delito na contratação e, por isso, não acredita que o imbróglio seja empecilho para a renovação de Neymar, cujo contrato atual termina no meio de 2018. O presidente, inclusive, blinda o camisa 11 ao repetir que ele “nada tem a ver” com o caso.
A versão do Barcelona é de que a negociação começou em 2011 e houve acordo com o Santos, mas na última hora o clube brasileiro desistiu porque acreditava que faria mais dinheiro – com marketing – mantendo o jogador até o fim do contrato – meio de 2014 – do que se o vendesse. E, com autorização do Peixe por meio de uma carta, o Barça negociou diretamente com o pai de Neymar (sócio da N&N Consultoria Esportiva e Empresarial) o pagamento de € 40 milhões para assegurar a transferência após a Copa do Mundo, quando o atacante estaria livre. No entanto, por necessidade técnica, em 2013 o então treinador Tito Vilanova pediu à diretoria que adiantasse a chegada de Neymar em um ano. Para isso, o Barça teve de negociar o pagamento de um valor ao Santos, e eles chegaram a um acordo de € 17,1 milhões. Na visão de Bartomeu, que concedeu entrevista à imprensa brasileira, foi um ótimo negócio para os paulistas.
Digo que o Santos deveria estar muito feliz com o treinador que nos pediu o Neymar antes, porque dessa maneira eles poderiam cobrar um valor. Se Neymar tivesse vindo depois da Copa do Mundo, o Santos não poderia cobrar nada. Nem o Santos, nem a DIS, nem ninguém – disse o presidente, ironizando o Peixe.
Os catalães, portanto, dizem ter desembolsado um total de € 57,1 milhões na contratação de Neymar: € 40 milhões que já haviam sido acordados com o pai de Neymar para assegurar a transferência, mais € 17,1 milhões pagos ao Santos para que a chegada do atacante fosse antecipada do meio de 2014 para o meio de 2013. Mas o grupo DIS, que era detentor de 40% dos direitos do atleta, contesta na Justiça a quantia, alegando que os clubes “mascararam” a quantia real para diminuir o repasse à empresa – a DIS recebeu aproximadamente € 6,8 milhões.