Um Grupo de cerca de dez pessoas segue acampado desde a noite de quinta-feira (17) em frente ao Ministério Público Federal (MPF), no canteiro central da avenida Afonso Pena, a principal via de Campo Grande. A Polícia Militar (PM) informou que não fez estimativa da quantidade de manifestantes.
Equipados com barracas e empunhando bandeiras do Brasil e faixas de protesto contra o governo federal, os manifestantes prometem se revezar para permanecer o máximo de tempo possível no local.
Até o “triplex do Lula” – em referência ao apartamento no Guarujá (SP) de suposta propriedade do ex-presidente – foi montado no canteiro. Na manhã desta sexta-feira (18), entre o café da manhã e palavras de ordem, alguns manifestantes expressaram o descontentamento com os rumos da política brasileira.
“Esse protesto não é só por mim, é pelo futuro dos meus filhos. Queremos um país com menos impostos, queremos colocar fim a essa roubalheira. Na hora da eleição os políticos colocam a cara na rua, mas depois esquecem das classes baixas. O salário aumenta uma merreca e o custo de vida dispara”, desabafa Rafaela da Silva Torres Cardoso, 30 anos, que está desempregada e trouxe os três filhos para o protesto.
A todo instante, motoristas que trafegam pela Afonso Pena buzinam para o grupo de manifestantes em sinal de apoio. Mas para Lucas dos Santos, 18 anos, a população precisa ir além. “As pessoas precisam vir para a rua e se protestar. Não temos previsão para sair daqui, e é importante que mais gente esteja disposta a participar”, conta o estudante, ligado ao movimento apartidário Chega de Impostos.
Veterana em manifestações, a advogada Aida Machado Domingos, 62 anos, conta que participou dos principais protestos no país desde as Diretas Já, na década de 1980. “Já naquela época eu levava meus filhos e ia para a rua protestar. Fui para a rua protestar contra o Collor em 1992. Espero que com esses protestos a classe política veja o descontentamento do povo e tome uma atitude. A única forma de chamar a atenção e fazer pressão é essa”, diz.
Manifestação
O ato dessa quinta-feira foi o segundo no mesmo local, em dois dias, contra o governo Dilma.Na quarta-feira (16), segundo a organização, 3 mil pessoas participaram. A Polícia Militar (PM) calculou 500 pessoas no início do protesto, mas não divulgou mais estimativas de público.
Nessa quinta-feira, de acordo com a PM, cerca de 2 mil pessoas participam da manifestação. Já a organização contabiliza de 3 a 4 mil manifestantes. O protesto terminou às 21h45 (de MS).