O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse na quinta-feira (14) que Dani Dayan continua sendo o seu nomeado para ocupar o cargo de embaixador de Israel em Brasília. Foi a primeira vez que o premiê tocou no assunto publicamente desde agosto, quando Dayan foi indicado. Com isso, e diante da posição brasileira de postergar indefinidamente o agrément (aprovação do Itamaraty) a Dayan, a ausência de um embaixador fará com que Israel deixe ao segundo escalão da embaixada o relacionamento diplomático com o Brasil –diminuindo, na prática, o nível das relações bilaterais. “Acredito que Dani Dayan é um candidato excepcionalmente qualificado. Ele continua a ser meu candidato. Acho que rotular pessoas é o próximo estágio após rotular produtos, e não quero rotular ninguém”, disse Netanyahu. O premiê afirmou, porém, que pretende melhorar o elo com o Brasil: “Na verdade, temos um relacionamento crescente. Espero que possamos fortalecer essas r elações”. Ainda não está certo por quanto tempo a embaixada ficará sem comando, mas se estima que isso se estenderia por seis meses a um ano. As tentativas de Israel de contatar diretamente a cúpula do governo brasileiro não deram certo. Netanyahu teria se queixado, inclusive, de que a presidente Dilma Rousseff havia “fugido” dele na conferência da ONU sobre o clima, em dezembro. Em Buenos Aires, onde se reuniu nesta quinta (14) com a chanceler argentina, Susana Malcorra, o chanceler do Brasil, Mauro Vieira, disse que as relações brasileiras com Israel são “excelentes”. Vieira afirmou não ter “nenhuma informação” sobre os israelenses ficarem sem embaixador no Brasil.