A Prefeitura de Campo Grande vai fechar o ano com deficit de R$ 210,3 milhões; o maior rombo nas contas públicas do município no período de pelo menos 15 anos, segundo o secretário de Receita, Disney de Souza Fernandes. Os dados foram apresentados ontem durante a prestação de contas dos 60 dias de administração do prefeito Alcides Bernal. A administração ainda não sabe de onde vai tirar dinheiro para livrar as finanças do vermelho, mas a salvação só deve vir em 2016, com a arrecadação do IPTU.
“Não sabemos como vamos recuperar, vamos depender de receitas extras para cobrir esse deficit, e a nossa principal fonte é o IPTU”, afirmou Disney. A Prefeitura ainda não definiu qual será o reajuste do imposto para o próximo ano, mas considerando a necessidade de elevar a arrecadação com o IPTU, deve sobrar para o contribuinte pagar a conta e preparar o bolso para uma majoração provável acima de 9,56% – o acumulado em 12 meses, fechando em setembro, da inflação medida pelo IPCA-E.
Outra fonte extra que pode ajudar a somar o montante de R$ 210 milhões vem do projeto de lei que prevê o recebimento de 70% do valor dos depósitos judiciais, o que deve render cerca de R$ 25 milhões para a Prefeitura. Disney, no entanto, frisa que é um valor pequeno diante da dívida milionária. A proposta ainda está dependendo da aprovação dos vereadores. “Já encaminhamos para a Câmara (projeto de lei) e eles votarão no momento que entenderem que devem votar”, declarou Bernal, acrescentando que ontem à noite iria aproveitar agenda na Casa de Leis para conversar com os parlamentares sobre o projeto. O corte de despesas, como redução dos cargos comissionados e investimentos, também é outra estratégia para desafogar as dívidas.